O dólar fechou em queda de 0,06%, cotado a R$ 4,9798. A moeda refletiu, ao longo da sessão, o ambiente de cautela global. Nem mesmo o leilão de títulos do Tesouro para sete anos, nos Estados Unidos, conseguiu fazer o real deslanchar.
Pela manhã, a desvalorização do minério de ferro em mais de 3% pelo segundo dia consecutivo e a recomposição de posições defensivas foram apontados como fatores que impulsionaram pontualmente o dólar para cima. No entanto, dados robustos sobre o saldo de empregos formais no Brasil em fevereiro, divulgados às 14h, não tiveram impacto relevante na formação da taxa de câmbio.
Expectativas sobre a Taxa Selic
Embora os dados de emprego possam influenciar as expectativas para o ciclo de cortes da taxa Selic, o mercado permanece atento aos movimentos do Banco Central. Na ata do Copom, divulgada recentemente, o mercado de trabalho foi destacado como um dos pontos a serem observados na definição do ritmo de redução da taxa básica de juros.
Preparação para a formação da Ptax
Com investidores se preparando para a rolagem de posições na virada do mês, o contrato de dólar futuro para abril teve um volume robusto de negociações, ultrapassando US$ 14 bilhões.
O mercado mantém uma postura defensiva diante da proximidade da formação da última taxa Ptax de março. Amanhã, a expectativa é que haja mais volatilidade, especialmente devido à divulgação de dados importantes nos Estados Unidos e no Brasil, que podem influenciar as expectativas para o dólar e os juros futuros.
Análise de especialista
O analista da Potenza Investimentos Bruno Komura, “o leilão do Tesouro, lá fora, ajudou o dólar a perder força”.
Komura acredita que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro, que anunciou a criação de 306 mil vagas ante projeção de 245 mil, “surpreendeu, mas não impactou o dólar”.