São Paulo, 23 de maio de 2023 – As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI)
fecharam em queda por causa de uma maior aceitação parlamentar ao arcabouço fiscal, que deve ser
votado no Congresso ainda essa semana. Notícias de hoje veiculadas pela mídia que acompanha no
placar da votação mostraram que o número de deputados que deve votar a favor da aprovação da
regra fiscal cresceu de ontem a noite para hoje.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, esse fechamento nas curvas tem
embutido o otimismo com aprovação do arcabouço fiscal na Câmara. "A sondagem que estão fazendo
do placar dessa votação do arcabouço mostra que o número de deputados favoráveis à aprovação
do novo marco fiscal subiu na manhã de hoje ante o que foi computado na noite anterior."
Camila explicou que essa votação precisa de maioria absoluta – 257 votos na Câmara dos Deputados
-, por isso o monitoramento segue firme. "Acredito que tenha sido esse o grande motivo, porque a
gente não teve nenhuma virada no mercado lá fora", pondera.
Para o head de renda variável e sócio da A7 Capital, Andre Fernandes, essa semana está
tipicamente volátil com a expectativa para a votação do arcabouço fiscal e também com a prévia
do IPCA (IPCA-15) que deve sair na quinta-feira e pode mexer bastante com o mercado.
"Hoje nossa bolsa chegou a subir bem, mas já devolveu tudo, pois mais uma vez não foi resolvido o
impasse do teto da dívida americana, e não deram uma previsão sobre quando vão resolver", diz
Fernandes.
"Essas quedas consecutivas dos DIs se dão por conta da expectativa do IPCA-15 que vai sair
quinta-feira. Como o relatório Focus já revisou a projeção de inflação para esse ano para
baixo, os agentes estão reajustando suas posições no mercado de juros, precificando uma
desaceleração maior na inflação do que era esperado."
"Eu acho que por mais que tenha pessimismo vindo de fora, esse avanço por parte do arcabouço
fiscal é positivo. O relator anunciou que a votação é favorável e que essa vantagem deve se
ampliar ao longo da tramitação, disse Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos.
Ele explicou que pela manhã, na abertura do pregão, o mercado daqui estava refletindo o ambiente
exterior, como as incertezas nas tratativas sobre aumento do teto da dívida dos Estados Unidos.
"Por mais que seja volatilidade e o calote ser muito improvável, acaba estressando o mercado – e é
passageiro." Por aqui, o especialista aposta no tom de otimismo e fechamento das curvas ao longo da
semana.
Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,300% de
13,310 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,690 % de 11,755%, o DI
para janeiro de 2026 ia a 11,165 %, de 11,275%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,190 % de
11,320 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em leve alta, cotado a R$
4,9720 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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