O dólar comercial fechou estável, cotado a R$ 4,9710. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a tensão que envolve as negociações sobre o teto da dívida dos Estados Unidos e o otimismo com as modificações no texto do arcabouço fiscal, que deve começar a ser votado amanhã na Câmara.
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“O movimento é de cautela tanto com o arcabouço quanto com a negociação da dívida nos Estados Unidos”, define o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato.
Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, o mercado está confuso, com dúvidas quanto aos próximos passos de política monetária dos bancos centrais desenvolvidos. Neste contexto, o câmbio apresenta volatilidade.
Borsoi entende que a moeda brasileira ainda possui dois pontos positivos: o carrego e a perspectiva de um arcabouço fiscal mais austero.
Por outro lado, o crescimento chinês abaixo do esperado, a desvalorização das commodities e a reversão das curvas globais de juros jogam contra a moeda brasileira.
De acordo com a Ajax Asset, “lá fora, juros dos Treasury Bonds (títulos do Tesouro dos Estados Unidos) sobem, o que impacta negativamente os ativos de risco. Investidores acompanham possível acordo sobre o teto da dívida dos Estados Unidos. Por aqui, ativos locais devem seguir o movimento de baixa do exterior”.
“O presidente Joe Biden e (o presidente da Câmara) Kevin McCarthy ainda não chegaram a um acordo sobre a ampliação do teto da dívida. Vale notar: McCarthy considerou o encontro de ontem ‘produtivo’, mas voltou a defender a necessidade de redução de gastos do governo, especialmente em áreas sociais, sem afetar o Departamento de Defesa. Mais: McCarthy disse estar disposto a conversar com Biden todos os dias até que o acordo seja alcançado. Assim, ambos já confirmaram que não há possibilidade de um calote da dívida americana, e que um acordo bipartidário se aproxima”, explicou a Ajax.
Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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