A Oi divulgou ontem (22) o balanço do quarto trimestre de 2022, com prejuízo líquido de R$ 17,66 bilhões, bem acima (396,3%) do prejuízo de R$ 3,55 bilhões registrado no mesmo período de 2021. No ano passado, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 19,2 bilhões, alta de 85,1% em relação a 2021, quando registrou prejuízo de R$ 10,4 bilhões.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do período ficou negativo em R$ 15,1 bilhões, acima do valor negativo de R$ 1,20 bilhão registrado
no último trimestre de 2021.
O Ebitda de rotina foi de R$ 396 milhões, queda de 75,4% em comparação ao mesmo período de 2021. Já o Ebitda de rotina das operações brasileiras recuou 76,8%, chegando a R$ 345 milhões. A margem Ebitda de rotina fechou em 13,2%, ante 32,9% alcançado em 2021, ou seja, queda de 19,7 pontos porcentuais na comparação anual.
A receita líquida foi de R$ 2,64 bilhões, queda de 42,1% em relação ao último trimestre de 2021. A posição de caixa encerrou 2022 em R$ 3,22 bilhões. Já a dívida bruta encerrou o último trimestre de 2022 com saldo de R$ 22 bilhões, representando um aumento de 1,7% em relação ao terceiro trimestre de 2022. A elevação no trimestre é explicada, principalmente pelo accrual de juros e amortização do ajuste a valor presente (AVP), atenuados, parcialmente pelo impacto positivo proveniente da valorização do real vs dólar, de 3,49% no período.
O prejuízo líquido, desconsiderando impairment, chegou a R$ 3,41 bilhões, recuo de 4,1% em comparação ao mesmo período de 2021.
Segundo a operadora, os itens não rotina somaram um total negativo de R$ 15,6 bilhões no trimestre e referem-se, principalmente, ao impairment de ativos relativos aos serviços legados, em função da queda nas receitas de telefonia fixa associadas a elevadas despesas fixas da operação; a baixa no saldo de contas a receber decorrente da conclusão do processo de conciliação com os seus respectivos controles físicos e provisão relacionada ao contrato de capacidade de satélites montante deixa de impactar o Opex e passa a ser reconhecido como passivo oneroso no Balanço Patrimonial.
A despesas financeiras consolidadas registraram uma redução de 80,9% na comparação anual. Tanto no trimestre quanto no ano, a redução é explicada, principalmente, pelo impacto positivo da apreciação cambial, comparativamente a uma desvalorização do real.
A receita da Oi Fibra manteve seu ritmo de expansão acelerada, alta de 25,5% na comparação anual. Os resultados foram uma combinação do desempenho positivo de 15,7% no total de casas conectadas, fechando 2022 com uma marca de 3,9 milhões de base, aliado ao crescimento de 3,8% de evolução na receita mensal média por usuário (ARPU).
A receita líquida da Oi Soluções apresentou crescimento de 3,5% na comparação anual e redução de 2,1% em relação ao terceiro trimestre de 2022. Em 2022, o crescimento foi de 2,9% em relação ao ano anterior. A performance de TI compensou a tendência de queda dos serviços Telecom e Não-core.
A receita líquida da operação de TV DTH, apresentou uma queda de 13,1% na comparação anual, em linha com o acumulado do ano, e de 2,2% na comparação trimestral. Esta
redução é explicada pela queda da base, que foi de 18,3% na comparação anual e de 3,2% em relação ao terceiro trimestre de 2022.
O fluxo de caixa operacional foi negativo em R$ 188 milhões, apresentando uma melhora na comparação anual e trimestral. A mudança do modelo de expansão na fibra gera o
impacto positivo para companhia, com maior eficiência na geração de caixa operacional. Entretanto, o resultado deste período ainda reflete a fase de transição da companhia, após a conclusão da venda de ativos e mudança do modelo operacional na fibra.