O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse hoje que a instituição monetária pode subir ainda mais as taxas de juros, mas que “a maior parte do ajuste já foi feita”. Além disso, ele disse reconhecer que não sabe qual será o ponto final do aperto monetário.
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“Ainda há um caminho a percorrer, provavelmente o caminho à frente é mais curto, mas não sei qual será o ponto final”, disse Guindos em declarações preparadas para um discurso num evento financeiro. “Não sei como vão estar os juros e não é necessário acreditar em quem diz o qual a taxa terminal do BCE. Vai depender dos dados. Como evoluem as condições de crédito e financiamento e como isso é transmitido à economia”.
No entanto, a autoridade do BCE ressaltou que os juros não voltarão a ficar em território negativo pelo menos “nos próximos cinco anos”.
Guindos também expressou que “a inflação nos serviços é a mais preocupante para o BCE”, dado que o núcleo da inflação está se mostrando mais resiliente.
Além disso, alertou que a subida das taxas de juros vai fazer com que “o custo de financiamento do próprio banco aumente”. “Em algum momento será necessário que eles comecem a competir via remuneração de depósitos”, disse.
Por outro lado, em relação ao setor bancário, o vice-presidente do BCE considera que os “não bancos” são o principal risco para o sistema financeiro europeu, apontando para os fundos de retorno absoluto: “Vemos os fundos de investimento como o maior risco para as finanças da UE”. E considera que, “a priori, os bancos europeus são muito resilientes”.
Darlan de Azevedo / Agência CMA
Imagem: unsplash
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