Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, afirmou nesta terça-feira que o fim do Preço de Paridade Internacional (PPI) é uma alforria para o Brasil.
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“Hoje a gente se liberta, se alforria desse dogma, dessa miragem, que foi esse PPI”, disse Prates à CNN.
O presidente da estatal fez críticas à política adotada pela Petrobras desde 2017, afirmando que o PPI é “jogar” a autossuficiência, a competitividade e a vantagem de se ter refinarias fora.
Prates diz que o PPI foi mais falado do que utilizado, e que agora a estatal irá atuar como uma empresa “normal”, fazendo seu preço conforme as suas vantagens.
O executivo disse que a “previsibilidade do preço do petróleo” no PPI é “meio mitológica”, mas afirmou que o preço internacional será um dos indicadores para a construção do preço da estatal.
“Mesmo um país que seja autossuficiente em petróleo, diesel, gasolina também não pode se desgarrar totalmente da referência internacional, ele vive na comunidade internacional”, disse Prates.
Prates também critica a isenção de ICSM. Para ele, o PPI era necessário para “agradar o cenário de vendas de refinaria”, no governo Bolsonaro, chamou de “teimosia” a decisão de manter os preços quando houve uma crise internacional da commodity.
De maneira irônica, o senador afirmou que a ideia “brilhante” do governo foi abaixar os preços retirando o dinheiro do cofre dos estados (com a isenção de ICMS).
“A coisa mais fácil que existe para baixar preço de alguma coisa é ir lá e tirar o tributo, isso aí até eu faço, quem sabe governar fazendo isso não precisa ser muito inteligente, mas é uma questão muito cruel”, afirmou o executivo.
O modelo será implementado gradualmente, como já vem sendo desde o começo do ano, de acordo com Prates. Ele afirma que a nova política é complexa, mas tranquiliza o investidor afirmando que a empresa não irá vender em preços que gerem prejuízos para a estatal.
“Nós não vamos vender abaixo de um preço que a empresa perca sua margem”, disse.
Em resumo, os preços não ficarão estáticos e irão acompanhar o preço de referência do mercado internacional, mas haverá uma defesa contra as grandes volatilidades.
Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado