As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) abrem a sessão de hoje em leve alta, pressionadas pela sensação de um arcabouço fiscal mais frouxo e por um leilão do Tesouro mais pesado, que está causando uma alta dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
Nícolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, lembrou que a sessão de ontem foi bastante otimista, porque os investidores precificaram um arcabouço fiscal mais restritivo, principalmente pelas punições em caso de descumprimento da regra.
“O texto enviado por Cajado [deputado Claudio Cajado, relator do texto do arcabouço fiscal que tramita no Congresso Nacional], (PP-BA) de fato confirmou as notícias, mas trouxe algumas alterações que suavizam o texto, como a ampliação das despesas de 2024 no limite máximo permitido pela regra (2,5%) e colocando as despesas ligadas ao salário mínimo fora do teto”, ressalva o especialista. “Além disso, ontem houve um grande vencimento de NTN-Bs, o que pode levar a uma grande emissão do Tesouro no leilão de hoje.”
Bruno Perottoni, diretor de tesouraria do Braza Bank, notou que as taxas DI estão na sua máxima do dia e ainda à espera de novos dados sobre a economia norte-americana, que devem ser divulgados em breve. “Agora tem produção industrial e capacidade da indústria, que acho que também vai mostrar bastante coisa sobre como está a economia americana”, pontua.
A produção industrial dos Estados Unidos subiu 0,5% em abril ante o mês anterior, após ficar estável em março (dado revisado), segundo o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Analistas previam alta de 0,1% em abril.
“Dados de vendas no varejo, produção industrial e capacidade de utilização da indústria, vieram sem grandes novidades, demonstrando certa força de demanda nos Estados Unidos. Com isso, os títulos do tesouro americano estão subindo bastante agora, indicando que a economia está aquecida e precisa de juros um pouco mais altos para resfriar um pouco dessa demanda.” observou Perottoni.
Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,310 % de 13,300 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,690 % de 11,690%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,175 %, de 11,130%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,230 % de 11,150 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 4,9080 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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