Maílson da Nobrega, ex-ministro da Fazenda do governo de José Sarney, tem uma lista de 16 empresas que ele considera inquebráveis no Brasil. Trata-se de uma verdadeira seleção anticrise, que o Monitor do Mercado traz para seus clientes, com exclusividade.
São empresas que refletem o crescimento econômico de diferentes setores no país nos últimos anos, contrapondo discursos pessimistas sobre a situação da economia do país e do mundo.
Para o economista, mesmo com a crise dos bancos no exterior, como SVB, nos Estados Unidos, e Credit Suisse, na Suíça, e a questão dos juros no Brasil, quem está preparado não se abala.
Maílson é, hoje, sócio da Tendências Consultoria, empresa que fornece estudos, análises e projeções para outras companhias.
Com a taxa de juros Selic em 13,75% desde o ano passado (maior taxa desde 2017), os bancos se tornam mais criteriosos na hora de conceder créditos.
Segundo o próprio Comef (Comitê de Estabilidade Financeira), houve uma queda no ritmo de concessão de crédito por parte das instituições.
A pedido do Monitor do Mercado, o ex-ministro listou 16 empresas que, segundo ele, não se abalaram com o rumo que o mercado tem tomado e fazem parte de sua carteira de crescimento.
Vale (VALE3)
Apesar do balanço anual de 2022 ter sido abaixo em comparação ao ano anterior, a maior mineradora do país se mantém estável no mercado e sempre figura entre as recomendações de investimento dos maiores escritórios do país.
- A Vale teve um lucro de US$ 16,73 bilhões no ano passado, uma queda de 32,4% em comparação a 2021;
- A ação VALE3, negociada no Ibovespa, diminuiu -11,67% nos últimos 12 meses, negociadas a R$ 70,09;
- Capitalização de mercado de R$ 318,13 bilhões;
- Em 2022 a Cosan, gigante da área do açúcar e álcool, adquiriu 4,9% dos papéis da empresa, se tornando uma das maiores acionistas; o valor gira em torno dos R$ 21 bilhões;
- Principais materiais comercializados são: minério de ferro, níquel, platina e cobre.
Vale ressaltar que, desde o início da pandemia no Brasil, em meados de março de 2020, os ativos da cia já subiram mais de 56%, reforçando a perspectiva de Maílson da Nóbrega.
Embraer (EMBR3)
Presente em mais de 11 países, a principal fabricante de aeronaves brasileira também integra a carteira do economista, sendo responsável pela produção de aviões militares, executivos, comerciais, agrícolas, peças aeroespaciais e suporte na área.
- Em 2022, a gigante da aviação reverteu o prejuízo de R$ 162 milhões registrado no ano anterior, e anotou lucro líquido de R$ 171 milhões;
- Nos últimos 12 meses, o ativo EMBR3 teve uma guinada de 44,93%, sendo cotado a R$ 19,71 (26/04 às 10h36);
- Capitalização de mercado de R$ 14,59 bilhões;
- Em 2022, a empresa entregou 159 jatos, sendo 57 comerciais e 102 executivos, aumento de 12,7% em comparação ao ano anterior;
- Recentemente, em visita de Lula a Portugal, a cia fechou acordo com a Indústria de Defesa do país.
Weg (WEGE3)
A multinacional brasileira atua no setor de equipamentos eletroeletrônicos e é outra empresa que integra a carteira de Maílson que não cansa de surpreender — positivamente — o mercado financeiro.
- Em 2022 o lucro consolidado da cia atingiu R$ 4,2 bilhões, 17,3% maior que o ano anterior, só no 4º trimestre foi registrado um aumento de 36,5% em comparação ao mesmo período de 2021;
- O ativo WEGE3 já subiu 35,62% de um ano para cá, e está cotado a R$ 40,66;
- Capitalização de mercado de R$ 171,84 bilhões;
- A companhia atua no setor de bens de capital, soluções em máquinas elétricas, automação e tintas, para diversos setores, como petróleo, gás, siderurgia, mineração, entre outros;
- No ano passado, a Weg adquiriu uma unidade de negócios da italiana Gefran, uma fatia remanescente da startup Mvisia, que é focada em inteligência artificial.
Cosan (CSAN3)
Gigante da área do açúcar e álcool, a Cosan conta com outras grandes empresas em seu portfólio, como a Raízen, Rumo, Compas e Moove.
- No último balanço divulgado, o lucro líquido ajustado subiu 59,2% no 4º trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano anterior;
- De um ano para cá, o ativo CSAN3 obteve queda de -30,81%, sendo negociado a R$ 14,98;
- Capitalização de mercado de R$ 28,07 bilhões;
- Além do açúcar e do etanol, a empresa também trabalha com energia elétrica, distribuição de gás, lubrificantes, transporte ferroviário, dentre outros;
- A principal aquisição da Cosan no ano passado, foi a compra de 4,9% de ações ordinárias da Vale.
CSN (CSNA3)
A Companhia siderúrgica de mineração foi a primeira produtora de aço plano do Brasil, sendo considerada um marco no processo de industrialização do país. A princípio era uma empresa estatal, porém, em 1993, durante o governo de Itamar Franco, foi privatizada.
- No último ano a empresa obteve um lucro líquido de R$ 2,2 bilhões, uma redução de 84% em comparação a 2021, ano marcado pelo recorde de rentabilidade;
- A CSNA3 registrou baixa de -31,67%, negociada a R$ 13,72;
- Capitalização de mercado de R$ 18,19 bilhões;
- O conglomerado atua em toda cadeia produtiva do aço, desde a extração do minério de ferro até a produção e comercialização;
- Em 2022, a CSN adquiriu 100% da usina hidrelétrica de Quebra-Queixo (SC), e também comprou da Eletrobras 32,74% da Companhia Estadual de Geração de Energia Elétrica (CEEE-G), por R$ 367 milhões.
Ambev (ABEV3)
Operando mais de 17 países, a maior produtora de bebidas do país, Ambev, é responsável por diversas marcas famosas, como Guaraná Antarctica, Skol, Brahma, entre outras. Sua controladora é a alemã Anheuser-Busch InBev, maior empresa de cervejas do mundo.
- No último balanço de 2022, a empresa obteve um lucro líquido R$ 5,083 bilhões, com alta de 35,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior;
- A ABEV3 registrou queda de 3,47% nos últimos 12 meses, está cotada a R$ 14,17;
- Capitalização de mercado de R$ 224,13 bilhões;
- Dentre todo seu portfólio de chás, energéticos, refrigerantes e sucos, a cerveja Original e Skol foram as mais vendidas em 2022.
Gerdau (GGBR4)
Gerdau está entre as maiores produtoras de aço e recicladoras do país. Tem como subsidiárias a Açominas, Gerdau Aços Longos, Sideperu, entre outras.
- No 4º trimestre do ano passado, a cia teve lucro de R$ 1,333 bilhão, uma queda brusca de 61,7% em comparação ao mesmo intervalo de 2021;
- O ativo GGBR4 apresentou queda de 9,93% de um ano para cá e está sendo negociado a R$ 24,45, já o GGBR3, subiu 3,57% no mesmo período, e está sendo negociado a R$ 21,73;
- Capitalização de mercado de R$ 41,67 bilhões;
- Os principais materiais comercializados pela Gerdau são vergalhões, barras e minério de ferro. Seus principais clientes estão no setor automotivo e da construção civil.
JBS (JBSS3)
Com mais de 60 anos, a JBS é a maior produtora de carne e a segunda no ramo alimentício no mundo. Tem em seu portfólio marcas famosas como Seara e Friboi.
- No 4º trimestre de 2022, a companhia teve um lucro líquido de R$ 2,349 bilhões, uma redução drástica de 63,7% em relação ao mesmo intervalo de 2021;
- O ativo JBSS3 vem em mau momento, nos últimos 12 meses despencou mais de 57%;
- Capitalização de mercado de R$ 37 bilhões;
- A empresa comercializa carnes bovinas, suínas, ovinas e frango, além de diversos produtos congelados, como pizzas, lasanhas etc.
Portobello (PTBL3)
Fundada em 1979 e situada em Santa Catarina, Portobello é a maior empresa brasileira do ramo de revestimentos cerâmicos.
- No último trimestre de 2022, teve lucro líquido de R$ 9,1 milhões, 83,4% inferior ao reportado no mesmo período de 2021;
- Os papéis PTBL3 encolheram 32% de um ano para cá, estando cotados a R$ 5,78;
- Capitalização de mercado de R$ 814,90 bilhões;
- A cia vende, principalmente, bancadas em porcelanato, mobiliário em porcelanato, objetos e acessórios, entre outros.
Pão de Açúcar (PCAR3)
Fundado em 1948, o Grupo Pão de Açúcar foi um dos pioneiros no setor varejista de alimentos no Brasil. Hoje, é a maior empresa de distribuição do país, com mais de 1300 unidades espalhadas, entre elas, lojas especializadas, atacarejo, postos de combustíveis e até drogarias.
- No último balanço de 2022, o grupo teve um prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão, de modo que reverteu o lucro de R$ 777 milhões do mesmo período do ano anterior;
- Nos último 12 meses, o ativo PCAR3 caiu 21% e é cotado na casa dos R$ 16,20;
- Valor de mercado de R$ 4,3 bilhões;
- Em 2022 a empresa abriu 72 novas lojas.
Unipar (UNIP6)
Gigante da indústria química brasileira, a Unipar Carbocloro é presidida por Maurício Russomanno desde 2020. Em 2016, quando comprou a Solvay Indupa, passou a se chamar Unipar.
- No último trimestre de 2022 obteve lucro de R$ 148,3 milhões, queda de 78,4% ao que foi reportado no mesmo intervalo do ano anterior;
- Nos últimos 12 meses o ativo UNIP6 despencou 33,72%, está sendo negociada a R$ 64,16;
- Capitalização de mercado de R$ 6,63 bilhões;
- A cia é líder na produção de cloro e soda e a segunda maior produtora de PVC na América do Sul.
Arezzo (ARZN3)
Fundada em 1972, a Arezzo é a maior marca de varejo de calçados fashion femininos da América Latina, conta com 450 lojas em sua rede de franquias, estando presente em 180 municípios de todos os estados brasileiros.
- No 4º trimestre de 222, a cia reportou lucro de R$ 102,7 milhões, queda de 7,1% em relação ao intervalo correspondente de 2021;
- O ativo ARZZ3 vem em uma queda de -28,17% nos últimos 12 meses, negociados a R$ 64,63;
- Capitalização de mercado de R$ 7,12 bilhões;
- No dia 3 de março de 2023, a companhia anunciou a sua primeira compra internacional, ao fechar acordo da aquisição da grife italiana Paris Texas;
- Marcas famosas fazem parte do grupo Arezzo, como Vans, Schutz, Anacapri, Fiever, dentre outras.
Votorantim
Fundada em 1918, a multinacional brasileira está presente em mais de 20 países, com atuação em diversos setores da economia, como cimento, metais, siderurgia, energia, celulose, dentre outros.
- No último balanço divulgado pela empresa, no 4º trimestre de 2022, foi repostado um lucro de R$ 1,145 bilhão, baixa de 30% em comparação ao quarto trimestre do ano anterior;
- Em 2022, a companhia fez a aquisição da Heidelberg Material, da Espanha;
- Seu mercado gira em torno de materiais de construção, aços longos, suco de laranja, investimentos imobiliários, entre outros.
Aeris (AERI3)
Fundada em 2010, a Aeriz Energy é uma fabricante brasileira de pás para geradores de energia eólica, que atua em uma localização estratégica da região Nordeste do Brasil.
- A cia reportou um prejuízo líquido de R$ 39,4 milhões no último trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 18,1 milhões de 2021;
- A ação AERI3 vem despencando na Bolsa, de um ano para cá, baixou -70,37%, e está cotada a R$ 1,52;
- Capitalização de mercado de R$ 1,16 bilhão;
- Os principais clientes da empresa são: Weg, Acciona, GE, Suzlon e Vestas.
Grendene (GRND3)
Grendene é uma das maiores produtoras mundiais de calçados, possui tecnologia exclusiva na produção de calçados masculinos, femininos e infantis.
- Após três trimestres fortes, o último do ano de 2022 foi abaixo, com lucro líquido de R$ 202,6 milhões, queda de -12,1% em relação ao mesmo período de 2021;
- De 12 meses para cá, o ativo GEND3 caiu -10,10%, e está cotado a R$ 8,10;
- Capitalização de mercado de R$ 7,32 bilhões;
- A empresa possui 5 plantas industriais e marcas famosas, como Grendha, Melissa, Ipanema, Rider, Zaxy, Cartago, Pega Forte e Nuar.
Duas Rodas
Fundada em 1925, a empresa é pioneira na extração de óleos essenciais e é a maior casa de aromas no Brasil.
- Diferente das demais empresas, a Duas Rodas não tem capital aberto, portanto, não está listada na Bolsa de valores;
- O portfólio da cia conta com mais de 3 mil ingredientes para indústria de alimentos e bebidas como aromas, produtos para sorvetes, condimentos, aditivos, chocolates, extratos, desidratados e produtos de confeitaria, e soluções para a indústria de nutrição animal.