Os pagamentos móveis via app e outros meios de pagamento low touch vêm apresentando importante expansão. De acordo com a quarta edição do estudo Panorama dos
meios de pagamento no varejo brasileiro, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com o Instituto Qualibest, a adoção de meios de pagamento como pix, apps e carteiras digitais foi acelerado pela pandemia. 57% das empresas entrevistadas fizeram alguma mudança em sua estratégia de meios de pagamento nos últimos 12 meses para lidar com os efeitos da Covid-19.
Carteiras digitais, implantação de novos meios de pagamento como o Pix em lojas físicas e lojas online são as principais respostas do varejo para um consumidor cada vez mais digitalizado. O uso mais intenso de meios de pagamento digitais é positivo para a economia, pois aumenta a formalização do mercado e torna mais fácil alcançar toda a população, analisa Eduardo Terra, Presidente da SBVC.
Para ele, carteiras digitais e pagamentos via app estão presentes no varejo e merecem atenção dos varejistas. É preciso estar atento a tecnologias de realidade virtual, automação e inteligência artificial. Uma vez que os consumidores vêm aceitando essas mudanças com facilidade, afirma Eduardo Terra.
O estudo faz uma radiografia dos principais meios de pagamento que são utilizados por consumidores e empresas do setor, mostrando que os meios digitais ganharam espaço nos últimos anos. 33% dos consumidores costumam utilizar PIX no pagamento de compras online via celular, e 85% das empresas varejistas oferecem a solução como forma de pagamento no seu e-Commerce (em 2021 eram 55%). Já em compras online via computador/ notebook, cartão de crédito parcelado é a preferência para 42% dos consumidores, e 85% das empresas varejistas oferecem o meio de pagamento no e-Commerce, sendo que 100% oferecem cartão de crédito à vista como forma de compra.
A pandemia também provocou uma aceleração no uso de meios alternativos, como o cashback, hoje utilizado por 54% dos consumidores (Em 2018 eram 17%). Cupons de descontos e programas de fidelidade também cresceram em relação às edições anteriores do estudo (para 58% e 36%, respectivamente). Apenas 15% dos entrevistados dizem não usar nenhum desses meios de pagamento. Existe uma grande oportunidade para o varejo se fazer mais presente na vida dos clientes, oferecendo conveniência e vantagens financeiras como forma de criar um relacionamento mais sólido com seus consumidores, comenta o Presidente da SBVC.
O estudo mostra que o tipo de pagamento utilizado pelos clientes varia conforme o tipo de compra e produto: nas lojas físicas, normalmente bens duráveis são pagos com cartão de crédito parcelado, enquanto para as compras de consumo imediato o pagamento é realizado com cartão de crédito à vista, seguido por cartão de débito. A relevância do meio de pagamento é muito mais cultural do que tecnológica, e a sua evolução depende do comportamento dos consumidores e de sua aceitação de meios de pagamento mais convenientes, integrados ao smartphone ou a wearables, completa Terra.
Foi abordado também o tema criptomoedas, que ainda é uma incógnita no varejo brasileiro. O estudo mostrou que essa pauta torna-se cada vez mais relevante. 33% dos consumidores afirmam possuir ou já terem possuído criptomoedas. E desses, 25% afirmam já terem feito compras com criptomoedas. Além disso, 23% dos consumidores certamente utilizariam criptomoedas para compras online. Porém, varejistas ainda não possuem interesse neste meio de pagamento, apenas 7% pretendem oferecer nos próximos 12 meses.
Metodologia
O estudo ouviu os mais importantes segmentos do varejo nacional, entre eles Supermercados, Eletromóveis, Moda, Pet, Óticas, Material de Construção, Drogarias e Perfumarias, Livrarias e Papelarias, Lojas de departamento e Foodservice, em uma amostra composta em sua maioria por grandes varejistas, com faturamento acima de R$ 1 bilhão anual. Também foram entrevistados 631 consumidores em todo o País, dos quais 91% compram online e 28% realizaram suas primeiras compras durante o período de isolamento social.
O Instituto Qualibest é responsável pela programação na ferramenta e coleta dos dados de consumidores através de painel próprio.
Cynara Escobar / Agência CMA
Imagem: Divulgação BC