O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, John Williams, alertou nesta terça-feira (9) que os aumentos das taxas de juros ainda vão demorar para funcionar na economia antes que a inflação recue a níveis seguros. Segundo ele, não é esperado que a inflação retorne à meta de 2% do Fed até os próximos dois anos.
Durante seu discurso no Economic Club de Nova York, Williams disse que, devido ao atraso entre as ações de política e seus efeitos, “levará tempo para que as ações [do Comitê Federal de Mercado Aberto, Fomc na sigla em inglês] restaurem o equilíbrio da economia e retornem a inflação à nossa meta de 2%”.
Ele também acrescentou que o desemprego provavelmente aumentará para uma faixa de 4% a 4,5%, de sua atual mínima histórica de 3,4%.
A fala de Williams ocorreu na semana seguinte ao aumento taxa básica do Fed em 0,25 ponto percentual (pp), para uma meta de 5% a 5,25%. Em sua declaração pós-reunião, o comitê deu a entender que poderia interromper os aumentos de juros, embora tenha dito que as autoridades levarão vários fatores em consideração ao determinar como proceder.
Segundo Williams, a decisão de continuar ou não com os aumentos das taxas de juros agora depende dos dados recebidos. “Vamos garantir que atingiremos nossos objetivos e avaliaremos o que está acontecendo em nossa economia e tomaremos a decisão com base nesses dados”, afirmou.
O presidente do Fed de Nova York também disse que não vê motivos para cortar as taxas de juros este ano, mas ressaltou que os problemas atuais no setor bancário e seu impacto influenciarão a perspectiva política. “Estarei particularmente focado em avaliar a evolução das condições de crédito e seus efeitos nas perspectivas de crescimento, emprego e inflação”, concluiu Williams.
Larissa Bernardes / Agência CMA
Imagem: Piqsels