As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) abrem em alta hoje por conta da divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que mostra que o Banco Central (BC) segue combativo à inflação e sinaliza que se houver corte de juros, deve ser mais para frente.
A ata da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC), realizada nos dias 2 e 3 de maio, apontou que a probabilidade de cenários mais extremos de trajetória da dívida pública se reduziu. “As projeções de inflação do Copom se mantiveram relativamente estáveis desde a reunião anterior. Por fim, no balanço de riscos, além dos fatores já mencionados, o Comitê avalia que a probabilidade dos cenários mais extremos de trajetória da dívida pública se reduziu, mas notou também que não houve mudança relevante nas projeções de inflação uma vez que as expectativas não se alteraram de forma significante”.
Para o diretor e gestor de recursos da Lifetime Asset Management, Josian Teixeira, o mercado agora tenta digerir e entender para qual direção o BC vai caminhar e se existe uma possibilidade de um corte de juros no curto espaço de tempo.
“Fazendo a leitura até agora a gente tá entendendo o que ele faz referência aí a uma possível mudança na meta de inflação”, analisa.
“Houve sinalização forte para o combate à inflação: o BC fala a todo momento, que ele está combatendo a inflação e precisa se manter vigilante. Ele também entende que a alta do juro neutro ainda é prematura, ou seja, ele joga mais para frente a possibilidade de corte de juros, comenta.
“Mesmo a gente vendo uma atividade mais fraca, um IPCA começando a arrefecer, por enquanto o banco central não quer dar o benefício da dúvida e vai seguir nesse combate.”
Diante da análise, Teixeira entende que desde as curvas de juros mais curtas até as intermediárias, vão sofrer uma alta hoje por causa da postura do BC de jogar para frente a
possibilidade de corte de juros. “Já a curva longa segue mais ou menos estável com o fechamento de ontem”, conclui.
Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,240% de 13,220 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,760 % de 11,690%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,465 %, de 11,430%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,615 % de 11,575 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 5,0210 para venda.