As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) passam a operar mistas puxadas por falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a reversão da privatização da Eletrobras e resposta de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, que afirmou que o questionamento da capitalização seria preocupante – o que tensiona os mercados, por receio de um atraso na tramitação da nova fiscal e da reforma tributária. As taxas também acompanham o movimento das taxas em alta no exterior, pela alta das commodities e à espera dos dados de inflação dos Estados Unidos, que devem ser divulgados na quarta-feira (3).
Para o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, o ambiente doméstico é positivo. “O IPC-S veio um pouco acima do esperado e o IGP-DI confirmam a tese de deflação no atacado, o que é bom. Há, também, notícias dizendo que o congresso deve mexer no texto do arcabouço fiscal no sentido de inserir dispositivos de punição para aumentos dos gastos públicos. De negativo, vejo a proposta do presidente de reversão da privatização da Eletrobras, mas ainda está muito abstrata”, ele contextualiza.
Em entrevista coletiva em Londres, para onde viajou a fim de participar da coroação do rei Charles III, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi questionado sobre uma ação que pediria a revisão da privatização da Eletrobras. Logo depois, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou neste domingo que a intenção do presidente de questionar a privatização da Eletrobras causa uma “preocupação muito forte ao Brasil”.
“No frigir dos ovos, o que impacta no exterior é essa retomada das commodities, está causando negociações de juros em alta, como o petróleo que já está três sessões em alta. Além disso, o pessoal está aguardando os dados de inflação dos Estados Unidos na quarta-feira”, conclui Borsoi.
Por volta das 13h10 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,190 % de 13,205 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,630 % de 11,680%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,360 %, de 11,335%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,505 % de 11,520 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 5,0000 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: Piqsels