As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda, mas operam em instabilidade desde a abertura dos negócios nesta sexta-feira. No dia de hoje, muitas informações mexeram com o mercado: primeiro, adivulgação dos dados do Payroll muito acima do esperado, o que fez as taxas acompanharem movimento externo. A espera dos nomes a serem indicados hoje pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para o BC, corroborou com a tensão dos agentes financeiros.
No início da tarde, Haddad fez uma fala que afetou bem o mercado, segundo a economista da Valor Investimentos, Paloma Lopes. “A partir do momento que ele fala que ele não sabe como vai chegar na faixa de isenção, é como se ele disse para o mercado que ele está de mãos atadas – e isso demonstra uma instabilidade desnecessária.”
No último domingo foi publicado no Diário Oficial da União, medida provisória que torna isentos de Imposto de Renda os contribuintes que recebem até R$ 2.640 mensais.
“O arcabouço fiscal está no Congresso e o mercado conhece o texto original, mas não sabe quais emendas serão ou não aprovadas. A gente sabe o que foi, a gente não sabe o que será”, comenta a economista.
“Então temos o arcabouço fiscal, a fala do Haddad em relação à tabela de imposto de renda e a reação ao COPOM, você tem um combo pedindo pro mercado ficar desesperado e oscilar da forma que está oscilando.”
Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, o Payroll indica um mercado mais pessimista, porque o #FED vai ter de manter os juros altos por mais tempo. “Mas quase não mexeu no mercado. Logo depois que saiu o dado, ainda estávamos seguindo lá fora. Aqui estamos na expectativa do Haddad e os nomes para o Banco Central, porque o arcabouço vai ficar pra semana que vem.”
Embora Komura diga que o principal impulsionador dos juros é o movimento global, ele ressalta que o ambiente doméstico é de espera pelo anúncio de Haddad.
“Aqui no Brasil tem essa cautela: será que o Galípolo que vai ser indicado? Será que o governo está buscando mudar a cara do COPOM ou não?”, questiona. “Antes disso, os juros seguem lá fora”, conclui.
Por volta das 15h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,205% de 13,215 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,725 % de 11,780%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,455 %, de 11,475%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,395 % de 11,520 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em queda, cotado a R$ 4,9350 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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