A Bolsa encerrou a sessão em forte alta, voltando ao patamar dos 105 mil pontos, acompanhando o exterior, repercutindo bons resultados corporativos e o movimento de recuperação do apetite ao risco após resultados corporativos do primeiro trimestre do ano dando pistas de um futuro mais positivo. Papéis de forte peso no Ibovespa, como commodities e bancos avançaram.
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Novos rumores sobre a venda da Braskem também impulsionaram o índice nesta sexta-feira. Os investidores também reagiram aos dados da economia americana, que criou 253 mil postos de trabalho, acima das expectativas do mercado (180 mil) e a taxa de desemprego ficou em 3,4%, enquanto a previsão era de 3,6%.
Na semana marcada pela “Super Quarta”, com anúncio do fim do ciclo de elevação dos juros nos Estados Unidos e a manutenção do aperto aqui, a bolsa fechou em alta.
O principal índice da B3 subiu 2,91%, aos 105.148,48 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou de 2,66%, aos 106.670 pontos. O giro financeiro foi de R$ 22,9 bilhões. Na semana, o índice subiu 0,68%. Em Nova York, as bolsas encerraram os negócios em forte alta.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram mais de 4%, as mineradoras Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3) avançaram 3,26% E 2,05%, as siderúrgicas CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) tiveram alta de 7% e 5,4%. Os bancos subiram em bloco, com ganhos de mais de 2%.
Ações da Braskem (BRKM5) saltaram mais de 40% e fecharam em alta de 24% após rumores sobre possível comprador para fatia da Novonor (antiga Odebrecht). No entanto, o acionista controlador disse que não recebeu qualquer proposta que implique evolução da operação.
Helena Veronese, economista chefe da B.Side Investimentos, sublinhou que as commodities operaram em forte alta, principalmente durante a tarde, e que os rumores sobre a venda da Braskem para uma estatal árabe também impulsionaram a forte elevação do ativo.
Outros gatilhos de alta mencionados pela analista foram notícias positivas sobre os mercados internacionais, como o resultado positivo da Apple, resultados corporativos locais e recuperação de bancos pequenos e tudo isso acabou ofuscando um payroll negativo. “Os dados mostraram que o mercado de trabalho ainda está forte, mas a revisão que foi feita mostra que o mercado não está tão forte assim, por que os meses anteriores tiveram os dados revisados bem para baixo”, comenta. “Ou seja, embora ainda forte, as revisões podem indicar que houve um crescimento menor, dando algum sinal de desaceleração.”
Josian Teixeira, diretor e gestor de recursos da Lifetime Asset Management, avalia que após a pausa do ciclo de alta pelo Federal Reserve (fed, o banco central norte-americano), o mercado começa a digerir o cenário para o futuro. “Com a recuperação dos ativos lá fora, o mercado volta para o tema de “risk on” [ou seja, mais favorável aos investimentos de risco]. O mercado também é impulsionado pela valorização das commodities e dos bancos, se mostrando bastante otimista.”
Em relação ao comunicado duro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil em relação á meta de inflação, o analista avalia que há um sinal para que a autoridade monetária comece a reduzir o ciclo de alta dos juros em agosto.
Rodrigo Azevedo, sócio-fundador da GT Capital também reforça o otimismo vindo do exterior, principalmente dos EUA, após a surpresa positiva na divulgação do payroll e uma sequência de bons resultados corporativos no mercado brasileiro entre os fatores principais para um dia de alta forte no Ibovespa hoje, acompanhando os mercados internacionais.
No âmbito corporativo, Azevedo disse que o principal destaque do dia ficou com as ações da Braskem, que chegaram a subir mais de 40%, com novas notícias de uma possível compra do controle da petroquímica por parte da Estatal Adnoc em conjunto com o fundo americano Apollo. “Os dois maiores bancos privados do país também tiveram um dia de forte alta, após a divulgação do resultado do Bradesco. Vale e Petrobras também contribuíram para a alta forte do índice. A mineradora apresenta uma boa recuperação depois da queda de ontem e a petrolífera se beneficia do avanço no preço do petróleo Brent.”
No lado negativo, Azevedo comenta que “as ações do Assaí sofreram bastante desde o inicio do pregão após um resultado que apresenta muitos pontos de atenção. Entre eles, os gastos financeiros, a alavancagem num momento de taxa de juros elevada e uma queima de caixa acima do nível histórico.”
Cynara Escobar / Agência CMA
Imagem: unsplash.com
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