O Itaú revisou sua projeção de inflação em 2023 para 6,0%, de 6,1%, incorporando preços de produtos comercializáveis mais baixos, em razão do câmbio mais apreciado. Para 2024, os analistas mantiveram projeção em 4,5%, incorporando alguma desancoragem nas expectativas de inflação. “O anúncio de manutenção da meta no patamar atual poderia levar a uma redução na nossa projeção, assim como uma elevação da meta levaria a aumento adicional”, comenta
Na reunião de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic inalterada em 13,75% a.a. e trouxe algumas mudanças cautelosas em uma direção baixista, dizem os analistas. “Mantemos nossa projeção para a taxa Selic em 12,50% a.a. ao final de 2023.”
Segundo o Itaú, o arcabouço fiscal e as medidas complementares de recomposição das receitas reduzem riscos extremos, mas ainda trazem desafios significativos à frente, relacionados à implementação da trajetória almejada, “que depende de elevação relevante de receitas, e consequentes ganhos de credibilidade e consolidação da regra.” Os analistas estimam déficits primários de 1,2% do PIB em 2023 e 1,0% do PIB em 2024 (anteriormente: -0,7% PIB), e dívida bruta em 76% e 79% do PIB para esses anos, respectivamente.
O Itaú revisou, ainda, a projeção de taxa de câmbio em 2023 para R$ 5,15 por dólar (anteriormente: R$ 5,30) e em 2024 para R$ 5,25 por dólar (anteriormente: R$ 5,40). “A revisão se dá por uma estabilização no ambiente externo e alguma melhora recente no prêmio de risco local. Revisamos nossas projeções de balanço de pagamentos para um déficit de conta-corrente menor em 2023, agora US$ 35 bi ou 1,7% do PIB (anteriormente: US$ 47 bi ou 2,3% do PIB)”, explica o relatório.
Quanto à atividade econômica, os analistas elevaram a projeção de crescimento do PIB de 2023 para 1,4% (ante 1,1%), “diante dos bons resultados de curto prazo e da diminuição do risco de uma deterioração mais forte do mercado de crédito.”
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: Divulgação