As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) abrem em queda nesta quinta-feira (4) pós Super Quarta, ainda refletindo a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de ontem e suas decisões de manutenção da Selic (taxa básica de juros) a 13,75%, ao ano, numa postura mais dovish (mais suave, tendência de corte ou manutenção dos juros). A manutenção da taxa já era amplamente esperada.
Segundo o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, a decisão do Copom mostra que ele pode mudar de ideia e pode vir a cortar os juros paulatinamente mais para o fim do ano. Os dados do exterior, segundo ele, vieram em linha com o esperado, de modo que não devem impactar o mercado doméstico de maneira relevante.
“O comunicado do Banco Central Europeu (BCE) reduzir a intensidade do aperto é impactante, mas muito mais na Europa, nos Estados Unidos. No Brasil está impactando muito menos”, analisa.
“O que a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) tinha que mexer já mexeu ontem [no mercado] e acho que a gente não deve ter muitas mudanças daqui pra frente, porque o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) já sinalizou que não aumenta mais os juros – que parou o ciclo de alta, mas continua querendo manter juros altos -mas o mercado vê cortes e o Fed já reiterou que não quer cortar juros esse ano”, ele observa.
“Estamos observando os dados de inflação e de mercado de trabalho nos Estados Unidos, e parece que o Fed está mais correto que o mercado.”
Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,225% de 13,230 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,860 % de 11,860%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,535 %, de 11,475%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,540 % de 11,600 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava queda, cotado a R$ 4,9880
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Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: Piqsels