Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. Um dia após a Super Quarta, que trouxe as decisões do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc, na sigla em inglês) e do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil (BC) sobre a nova taxa de juro, hoje foi a vez do Banco Central Europeu (BCE) divulgar a nova taxa de juro.
A BCE elevou o juro em 0,25 ponto percentual, o sétimo aumento consecutivo, para 3,25%. Já a taxa de depósito foi para 3,75%. O BCE acredita que a inflação na região deve fechar 2023 em 5,3%. Para o ano que vem, a previsão é de 2,9%, e em 2025, o índice deve chegar a 2,1%. A inflação anual na Zona do Euro referente ao mês de abril subiu para 7%.
Assim como o BCE, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) se mantém vigilante em combater a inflação. A decisão de um novo aumento de 0,25 ponto percentual, que deixou as taxas na faixa entre 5% e 5,25%, não foi novidade, mas o comunicado do Fomc mostrou que ainda não é possível vislumbrar uma guinada para a queda dos juros antes do início do terceiro trimestre. Analistas acreditam que na reunião de junho, o Fed manterá a taxa no mesmo patamar, ou seja, sem aumento ou queda no juro.
Ontem saíram os dados do ADP (Automatic Data Processing), sobre o emprego no setor privado, referente a abril. O número veio acima do esperado, com a criação de 296 mil vagas, ou 154 mil vagas a mais em comparação a março. Amanhã será divulgado os números do payroll, relatório de emprego mais importante dos EUA e um dos principais índices avaliados pelo Fed.
Por aqui, a decisão do Copom de manter pela sexta vez seguida a taxa Selic em 13,75% deixou claro que o Banco Central (BC) não se incomoda com a gritaria sobre o tamanho dos juros atuais. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, mantém o discurso de que a decisão sobre o juro é técnica, ou seja, pressões políticas não têm influência.
Em seu comunicado, o Copom disse que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. Por outro lado, o Comitê disse que este cenário é menos provável. O Copom manteve as projeções de inflação neste ano e no próximo. Para 2023, o comitê projeta uma inflação de 5,8% e de 3,6% em 2024. Analistas apostam em uma queda de 0,25 p.p da Selic em agosto.
O Comitê enfatizou ainda que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal, e avalia que a desancoragem das expectativas de longo prazo eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) referente ao mês de abril avançou 0,57% em comparação a março, que atingiu 0,69%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 4,16%. Segundo o boletim Focus divulgado nesta semana, o IPCA de 2023 deve fechar em 6,05%. Para 2024, as instituições financeiras ouvidas pelo BC mantiveram a previsão de 4,18% para a inflação medida pelo IPCA.
No setor corporativo, a PetroRio (Prio) divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com lucro líquido de US$ 231,3 milhões, alta de 1% em relação ao mesmo período de 2022. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de US$ 352,1 milhões, crescimento de 56% em comparação ao primeiro trimestre de 2022.
A Ambev divulgou hoje o balanço do primeiro trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 3,8 bilhões, alta de 8,2% em relação ao mesmo período de 2022. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi negativo em R$ 6,4 bilhões, alta de 16,7% em comparação ao mesmo período do ano passado.
A Taesa divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com lucro líquido regulatório de R$ 215 milhões, alta de 47,3% em relação ao mesmo período de 2022. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) regulatório foi de R$ 521,9 milhões, alta de 14,8% em comparação ao mesmo período do ano passado.
A CSN divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com prejuízo líquido de R$ 823 milhões, revertendo lucro líquido de R$ 1,36 bilhão alcançado no primeiro trimestre de 2022. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 3,20 bilhões, queda de 32% em comparação ao mesmo período do ano passado.
A CSN Mineração divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 526 milhões, queda de 30% em comparação ao mesmo período de 2022. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 2 bilhões, queda de 16% em comparação ao mesmo período do ano passado.
A Dexco divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 154,3 milhões, queda de 31% em relação ao mesmo período de 2022. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 351,1 milhões, queda de 30,3% em comparação ao mesmo período do ano passado.
A Embraer divulgou hoje o balanço do primeiro trimestre de 2023, com prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 368,3 milhões, mais que o dobro do prejuízo alcançado no mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 53,9 milhões, alta de 18,7% em comparação ao mesmo período do ano passado.
A Energias do Brasil (EDP) divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 486,8 milhões, queda de 6,9% em relação ao mesmo período de 2022. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,12 bilhão, alta de 6,2% em comparação ao mesmo período do ano passado.
O Banco PAN divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com lucro líquido ajustado de R$ 193 milhões, recuo de 1,2% em relação ao mesmo período de 2022. O ROE (retorno sobre patrimônio) ajustado foi de 11,6%, e o número de clientes chegou a 25,2 milhões, alta de 30% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O Grupo Pão de Açúcar divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com prejuízo líquido de R$ 248 milhões, revertendo o lucro de R$ 1,39 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 224 milhões, queda de 0,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2022.
Emerson Lopes / Agência CMA
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