As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) aceleram a queda nesta Super Quarta, enquanto se aproxima o horário da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Mais tarde, o Comitê de Política Monetária (Copom) também deve anunciar suas resoluções a respeito das taxas de juros, assim como o órgão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Às 15h de hoje, o comitê norte-americano se reúne para decidir se deve dar um pausa na elevação da taxa de juros. Por aqui, o segundo dia da reunião do Copom e a decisão de manutenção da Selic (taxa básica de juros) em 13,75% já está precificada pelo mercado.
Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, apesar de o mercado estar bem cauteloso com a decisão e o comunicado do FED, está mais otimista que o próprio banco norte-americano. “O mercado precifica que vai ter corte de juros ainda em 2023. O Fed tem batido o pé, dizendo que vai manter os juros elevados por mais tempo “, diz. “Aumentam as chances de termos uma recessão [nos Estados Unidos] mais forte.”
“Se tiver recessão nos EUA, vai ter movimento de aversão a risco global e a gente não escaparia desse movimento, mesmo que os fundamentos melhorem, lembrou Komura.
O especialistatambém acredita que o Fed deve subir em 25bps as taxas e “que dívida vai ficar na sinalização para as próximas reuniões.” Ele se refere à dívida nacional dos Estados Unidos, que ultrapassou, em janeiro, o limite de US$ 30 trilhões pela primeira vez, refletindo o aumento dos empréstimos federais durante a pandemia de coronavírus, segundo dados do Departamento do Tesouro.
“Fatores locais não devem impactar tanto os mercados hoje”, diz o analista.”O Copom vai fazer preço amanhã”, concluiu.
Por volta das 13h (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,235% de 13,270% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,910 % de 11,940%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,640 %, de 11,580%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,720 % de 11,785 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava queda, cotado a R$ 5,0150 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: Piqsels