Em dia de forte aversão ao risco no primeiro pregão de maio, a Bolsa fechou em queda de 2,39% empurrada pelos papéis ligados às commodities, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 PETR4). A mineradora refletiu o recuo do minério na China e a estatal petrolífera a desvalorização do petróleo no mercado internacional. Os bancões e o exterior ajudaram no movimento negativo.
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Todas as atenções dos agentes financeiros ficam voltadas para amanhã (3) em que saem as decisões de juros aqui e nos Estados Unidos.
A Vale (VALE3) recuou 3,95% e Petrobras (PETR3 e PETR4) perdeu 4,46% e 4,05%. Os bancos caíram em bloco. A maior parte das ações caíram em baixa. Na ponta positiva, os destaques ficaram para os papéis da IRBBrasil (IRBR3) e Suzano (SUZB3), subiram 8,48% e 2,21%.
Como a resseguradora IRBrasil voltou a fazer parte do Indice, “animou muitos investidores e fez os fundos que acompanham o Ibovespa terem que comprar o papel para compor a carteira”, disse Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil. Já a ação da Suzano teve recomendação de compra pelo Morgan Stanley.
O principal índice da B3 cedeu 2,39%, aos 101.926,95 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho caiu 1,82%, aos 103.265 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23,2 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em baixa.
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos disse que a queda do Ibovespa foi “puxada pelas ações ligadas às commodities, que possuem grande peso no índice como Vale e Petrobras. Minério de ferro e petróleo cederam no mercado internacional, após dados fracos da China-PMI de serviços de abril ficou em 56,4 pts e consenso era 57,0 pts-. O foco fica nas decisões de política monetária amanhã”.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, disse que o Ibovespa recua em um dia em que “a maior parte do índice cai fortemente com os investidores à espera da Super Quarta, com decisão sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos”.
Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester, Investimentos, disse que a Bolsa cai puxada “pelas empresas de commodities, pelos bancos e o setor de varejo por ponta dos juros; as petroleiras seguem a queda do barril petróleo e Vale caindo acompanhando o minério de ferro; um ponto importante que não ajuda a trazer apetite a risco, principalmente para os ativos de mercado emergente, foi a aquisição pelo JP Morgan do First Republic e o mercado volta a precificar 0,25 pp na reunião do Fomc; o Banco Central não deve mexer na Selic mesmo após as declarações do Lula ontem reforçando que a taxa de juros alta causaria a falta de aquecimento da economia e desemprego no País”.
Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, disse que a decisão do governo em aumentar o salário mínimo e a alteração da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) impulsionam a atividade econômica, mas “no momento atual isso pode ser ruim porque também deve pressionar a inflação e o mercado fica receoso e espera o comunicado pós-Copom para entender a visão do BC em relação às últimas quedas da inflação, se deve ser pontual ou se o Banco já enxerga essa queda como tendência oficial”.
Leite também acrescenta que a queda do petróleo impacta a Petrobras. “Essa queda é pela dúvida que o mercado tem em relação à possibilidade dos números previstos de crescimento global se concretizaram. A partir do momento que a efetivação do First Republic se efetivar, gera estabilização no sistema financeiro americano e abre novas possibilidades de interpretações em relação ao movimento que o Fed deve anunciar amanhã”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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