A Suzano divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 5,24 bilhões, queda 49,1% em comparação ao mesmo período de 2022, enquanto a receita líquida cresceu 15,7%, para R$ 11,28 bilhões.
No seu relatório, a companhia disse que o menor lucro líquido em comparação ao ano passado é explicado pela variação negativa no resultado financeiro, como resultado da desvalorização cambial sobre a dívida e sobre a marcação a mercado das operações com derivativos, parcialmente compensado pelo aumento no resultado operacional, por sua vez em função da elevação da receita líquida, a despeito do maior CPV e maior SG&A.
Para Ativa Investimentos, os resultados do trimestre foram neutros, e a recepção deve ser negativa após a atualização superior à 15% dos desembolsos do Projeto Cerrado.
“Em meio a menores volumes de vendas e preços de celulose na comparação com o último trimestre do ano passado, a companhia reportou receitas levemente superiores à nossa expectativa em função de melhores preços no segmento de papel. Ainda assim, seguimos verificando um alto patamar de custos, que compensaram a queda no SG&A e levaram o seu Ebitda a ficar apenas em linha com a nossas projeções”, explicou a corretora.
Para a XP Investimentos, a companhia reportou resultados em linha com suas projeções, com destaque negativo aos volumes abaixo do esperado para a divisão de papel, principalmente devido à estratégia de vendas para recompor os estoques no Brasil, e a revisão negativa do guidance de capex do Cerrado, de R$ 19,3 bilhões para R$ 22,2 bilhões, com desembolsos de mais R$ 2,9 bilhões para 2024, mas sem alterações no capex para 2023.
“Embora os resultados vieram conforme o esperado, acreditamos que os investidores levarão tempo para digerir outro aumento de capex para o Cerrado. Mantemos nossa visão inalterada”, salientou a XP.
Assim como a XP, a Genial Investimentos também disse que o resultado ficou em linha com o esperado e que o desempenho foi impactado por preços e volumes mais baixos de celulose, devido ao atual contexto do mercado.
“Com a queda do volume e preço da celulose o Ebitda foi fortemente impactado na comparação trimestral, mas houve uma queda de 30,3% do G&A, que ajudou o resultado, devido menores gastos com remuneração variável e serviços de terceiros. Mantemos uma posição cautelosa em relação ao papel e continuamos com nossa recomendação de MANTER, com preço-alvo de R$ 45”, concluiu a Genial.
Após analisar o balanço do primeiro trimestre, o Itaú BBA disse que reduziu o preço-alvo das ações da companhia de R$ 62 para R$ 51, e manteve a recomendação de outperform, ou seja, desempenho acima de seus concorrentes.
A corretora também revisou para baixo a estimativa de Ebitda para 2023, passando de R$ 24,5 bilhões para R$ 18,9 bilhões, após uma correção de preço de celulose mais acentuada do que a esperada.
Emerson Lopes / Agência CMA
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