A Tok&Stok, varejista de móveis e itens de decoração, passa por um processo de reestruturação e crise do setor neste momento. Em meio à confusão, a consultoria de tecnologia Domus Aurea pediu a falência da empresa à 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, por uma alegação de dívida de R$ 3,8 milhões à consultoria, por conta de um projeto suspenso.
Neste ano, a Tok&Stok já fechou diversas lojas em Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Curitiba, Piracicaba e Campinas, com liquidações de seus produtos e demissões dos funcionários. Em janeiro, a varejista contratou a consultoria Alvarez & Marsal, na tentativa de reestruturar a dívida estimada, no momento, em R$ 600 milhões.
Já referente à Domus, a consultoria trabalhava em parceria com a Tok&Stok há pelo menos cinco anos, mas rompeu contrato com a varejista em 2019.
A Tok&Stok teve diversos problemas com falta de estratégia e mudanças constantes de gestão. Nos últimos seis anos, a varejista já teve cinco presidentes diferentes.
Em setembro de 2020, a Tok&Stok passou a ter a gestão de Octávio Pereira Lopes, que tentava realizar uma oferta inicial de ações (IPO).
Lopes tentava aumentar as vendas on-line da loja e reduzir as dependências das lojas físicas, uma vez que o comércio on-line têm crescido cada vez mais no Brasil e no mundo. Mas o plano falhou uma vez que, além da pandemia e das condições do mercado, outras concorrentes estavam com vendas on-line mais competentes e também decidiram abrir o capital.
A exemplo disso, em fevereiro de 2021, o IPO da Westwing (WEST3) apresentou R$ 1,16 bilhão e o da Mobly (MBLY3) movimentou R$ 812 milhões.
Em setembro de 2021, o gestor abandonou o plano de IPO da Tok&Stok e recebeu convite para assumir a Light (LIGT3), empresa de energia do Rio de Janeiro que também passa por problemas financeiros.
De acordo com balanço recentemente publicado pela Tok&Stok, a receita líquida do mesmo ano foi de 1,15 bilhão, patamar abaixo da pré-pandemia. Na época, a dívida líquida se aproximava de R$ 300 milhões.
Já em 2022, a varejista teve receita de R$ 1,6 bilhão e Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo.
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