O dólar fechou em queda de 0,13%, cotado a R$ 5,15. A moeda refletiu, ao longo desta segunda, a espera pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada amanhã, e pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que sai na próxima quarta (15).
Segundo o sócio da Top Gain Leonardo Santana, “o driver da semana ainda é o CPI, com a esperança de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) comece a cortar os juros em julho. Isso pode ser bom para o Brasil”.
Movimentações da moeda
Durante a manhã, o dólar chegou a apresentar uma queda mais acentuada, atingindo a mínima de R$ 5,1245, principalmente devido a um movimento de realização de lucros após os ganhos da semana anterior. Essa queda foi favorecida pelas quedas das taxas dos Treasuries e pela leitura de inflação acima das estimativas na China em abril, o que beneficiou as moedas emergentes. Além disso, os preços do minério de ferro e do petróleo subiram, contribuindo para esse cenário.
No entanto, no início da tarde, o dólar recuperou parte das perdas e chegou a ultrapassar a marca de R$ 5,16, atingindo o máximo de R$ 5,1639. Esse movimento ocorreu devido à desaceleração da queda dos retornos dos Treasuries, após uma piora das estimativas inflacionárias em uma pesquisa realizada pelo Federal Reserve de Nova York. Essa tendência já vinha sendo observada, com a Universidade de Michigan revelando uma deterioração das expectativas de inflação nos EUA na última sexta-feira.
Expectativas em relação à ata do Copom
Amanhã, espera-se que a ata do Copom forneça detalhes sobre os motivos que levaram alguns diretores a votar por um corte mais agressivo na taxa Selic. Esse desacordo dentro do comitê pode indicar uma mudança na postura do Banco Central em relação à inflação nos próximos anos, o que impacta diretamente as expectativas do mercado. Alguns analistas sugerem que, com uma maioria mais inclinada a cortes de juros, o BC poderia adotar uma postura mais “dovish” a partir de 2025.
Próximos eventos
Investidores estão de olho nos próximos eventos, como a participação do presidente do Fed, Jerome Powell, em um evento na Holanda, e a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) nos EUA em abril. Além disso, o anúncio do índice de preços ao consumidor (CPI) do mês passado também será relevante.
Paralelamente, o mercado acompanha os possíveis impactos fiscais do auxílio financeiro ao Rio Grande do Sul, após o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a suspensão da dívida do estado por 36 meses.
*Com informações da Agência CMA