O membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel, afirmou na última sexta-feira (14) que “serão necessárias mais altas nos juros” e que o trabalho da instituição na política monetária “não está concluído”.
Durante seu discurso no Peterson Institute for International Economics (PIIE), ele observou que a inflação desacelerou na zona do euro nos últimos meses, mas acrescentou que “a batalha não acabou”, e que a inflação ainda está bem acima da meta de 2% do BCE.
Nagel considera que os riscos à estabilidade de preços “estão atualmente voltados para cima”, e que, a menos que a perspectiva inflacionária “melhore muito”, será preciso elevar ainda mais os juros. Ele afirmou que o aperto monetário “não necessariamente levará a uma recessão” e que será possível evitar um “pouso forçado” na economia.
O presidente do banco central da Alemanha (Bundesbank) também tratou das turbulências recentes diante da quebra de alguns bancos, nos Estados Unidos e na Europa. Segundo ele, problemas “de alguns bancos específicos” não devem ser interpretados como um “sintoma de crise sistêmica” no setor financeiro. O dirigente afirmou que o sistema financeiro como um todo tem conseguido “navegar as turbulências do mercado”.
No entanto, Nagel disse que estará atento até a próxima reunião do BCE se as turbulências recentes apertaram em demasia as condições de crédito. Além disso, defendeu a implementação das regras de Basileia III sem concessões, para reduzir riscos e reforçar a estabilidade no setor financeiro.
Larissa Bernardes / Agência CMA
Copyright 2023 – Grupo CMA
Imagem: Piqsels