O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou hoje num relatório ao Comitê de Finanças do Fundo Monetário Internacional (FMI) que uma maior confiança na política fiscal do país irá abrir espaço para uma possível redução nas taxas de juros.
“Com uma maior confiança no quadro orçamental e uma trajetória de consolidação fiscal que afete de forma consistente as expectativas de inflação e as ancore mais perto do objetivo no horizonte, haverá espaço para acomodação na taxa de juros”, explicou Haddad no relatório.
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Após 100 dias do novo governo, o Ministro destacou que a gestão está determinada em demonstrar que a responsabilidade macroeconômica é compatível com justiça social e com a defensa do meio ambiente.
“A principal prioridade é manter a sustentabilidade fiscal e da dívida, ao mesmo tempo em que se fortalecem os programas sociais e o apoio aos mais pobres”, defendeu Haddad. “O governo está lidando com importantes demandas sociais reprimidas que precisam ser abordadas de maneira fiscalmente responsável”.
Haddad também detalhou no relatório algumas das medidas tomadas pelo governo até o momento, como a reoneração dos combustíveis, além do superávit primário nos primeiros meses, o que para ele são fatores determinantes para reduzir o déficit fiscal deste ano.
“Os resultados da balança orçamentária primária surpreenderam do lado ascendente nos dois primeiros meses deste ano e, com o novo quadro fiscal, estamos a caminho de um déficit primário significativamente inferior ao que foi projetado no orçamento no início do ano”.
Mudanças no sistema tributário estão no escopo de mudanças para Haddad. No relatório, ele voltou a mencionar uma reforma no sistema tributário, defendendo um modelo simples e mais justo como prioridade imediata.
“A nova administração está totalmente engajada com o Congresso para permitir a aprovação de uma reforma tributária há muito esperada para estabelecer um IVA, simplificar procedimentos, evitar guerras fiscais entre entidades subnacionais e aumentar a transparência e a justiça no sistema”, concluiu o ministro.
Darlan de Azevedo / Agência CMA
Imagem: Agência Brasil
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