O Mater Dei (MATD3) anunciou a venda de sua participação no Mater Dei Porto Dias, deixando toda sua participação total, equivalente a 70% do capital social da Centro Saúde Norte (CSN), controladora integral dos negócios do Hospital Porto Dias.
O preço de aquisição, a ser pago na data de fechamento da operação, será composto por R$ 400 milhões em dinheiro, R$ 10 milhões em dividendos a serem recebidos, acrescidos do retorno de 27.272.728 ações da própria companhia, que tiveram cotação ponderada média dos últimos 30 pregões de R$ 5,63/ação.
Adicionalmente a esses valores relativos à venda, durante o período em que a CSN foi controlada, a companhia teve um efeito positivo de caixa de aproximadamente R$ 180 milhões, entre dividendos e aproveitamento fiscal pela incorporação gerado pela compra.
Com a implementação da operação, o Mater Dei encerrará suas atividades junto ao complexo do Hospital Porto Dias. Segundo o comunicado, a operação reforça a disciplina financeira da companhia, “através do ajuste de portfólio em um momento de desafios do setor, diminuindo a exposição a riscos e fortalecendo a posição de caixa com uma melhora no contas a receber, capital de giro e endividamento da companhia”.
“O Mater Dei continua avaliando oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico, em linha com a sua estratégia de expansão nacional. Atualmente, a companhia tem dois projetos greenfields em seu plano de expansão, sendo Nova Lima com inauguração prevista para o segundo semestre de 2024 e o projeto na zona norte de São Paulo divulgado em dezembro de 2023 em parceria com a Atlântica Hospitais”, destacou a companhia.
A conclusão e fechamento da operação estão sujeitos à verificação de determinadas condições precedentes, incluindo a obtenção de todas as aprovações regulatórias necessárias, inclusive do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e a aprovação dos acionistas da Companhia, reunidos em Assembleia Geral a ser convocada oportunamente.
Análise do Itaú
Para o Itaú BBA, a operação é positiva em termos de perspectivas futuras de fluxo de caixa, uma vez que os desafios financeiros enfrentados pelas pequenas operadoras de planos de saúde podem levar algum tempo para se reajustarem e para recuperarem os retornos para os prestadores de serviços na região.
“Isso também significa uma mudança significativa na estratégia da empresa de expansão de capacidade em todo o Brasil, retirando um plano de expansão mais extenso e focando principalmente nos estados de Minas Gerais e Bahia. Dito isto, notamos que a empresa passará a ter um balanço mais confortável para os projetos greenfield e outras potenciais aquisições”, destacou o Itaú.
Por fim, o banco de investimentos disse que, se Hospital Porto Dias gera um Ebita de R$ 130 milhões, o EV da transação (R$ 780 milhões para uma participação de 100%) implicaria um EV de 6x /EBITDA, que não está distante dos atuais 6-7x da empresa. “Ressaltamos ainda que, com a venda, também deverá ser retirado o valor do ágio que ainda será amortizado e gerará ganhos fiscais”, concluiu o Itaú.
*Com informações da Agência CMA