A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou para baixo pela segunda vez sua previsão de demanda de petróleo para 2024, ajustando-a em 900 mil barris por dia (bpd), totalizando 103 milhões de bpd, ante os 970 mil bpd projetados anteriormente, conforme relatório mensal divulgado nesta quinta-feira (12). Em contraste, o crescimento na demanda para 2023 foi de 2,1 milhões de bpd.
Já as estimativas para o próximo ano permanecem praticamente inalteradas, em 954 mil barris por dia, com previsão de uma demanda média de 103 milhões de bpd em 2024 e de 103,9 milhões de bpd em 2025.
Fatores que influenciam a queda na demanda de petróleo
A revisão se deve, principalmente, ao crescimento econômico mais lento na China, que tem levado a um declínio contínuo no consumo de petróleo, em retração pelo quarto mês consecutivo em julho, em 280 mil bpd, ante 1 milhão de bpd no ano anterior. A redução do consumo é mais evidente em produtos industriais como a nafta e o diesel.
A previsão para 2025 mantém um aumento de demanda em 950 mil bpd. A demanda global por petróleo está diminuindo em relação às taxas pós-pandemia, conforme já previsto nos relatórios anteriores da AIE. No primeiro semestre deste ano, o crescimento da demanda global apresentou ganhos de 800 mil bpd no ano, o mais baixo desde 2020, segundo a agência.
Segundo a IAE, pesam consideravelmente fatores como a longa crise imobiliária na China e o avanço no mercado dos veículos elétricos. “A interrupção abrupta do crescimento da demanda por petróleo na China desde o início do ano está tendo um impacto profundo nos mercados petrolíferos”, afirma.
Aumento da oferta de petróleo
A oferta global de petróleo aumentou para 103,5 milhões de bpd, com um acréscimo de 80 mil bpd. Esse aumento é resultado de interrupções no fornecimento da Líbia e manutenções na Noruega e Cazaquistão, compensadas por fluxos maiores da Guiana, Brasil e outras regiões.
Novas tendências no mercado
O aumento nas vendas de veículos elétricos e o desenvolvimento de redes ferroviárias de alta velocidade estão reduzindo a demanda por combustíveis fósseis.
Além disso, os dados mais recentes dos EUA mostram um declínio acentuado nas entregas de gasolina em junho, após um aumento inesperado em maio. O uso de gasolina caiu ano a ano em cinco dos primeiros seis meses de 2024.
Previsões e medidas da OPEC+
A AIE estima que a demanda por petróleo se estabilize até o final desta década devido à queda na procura. Em resposta a essa situação, a Arábia Saudita e seus aliados da OPEC+ anunciaram um adiamento de dois meses no início do desmantelamento dos cortes adicionais de produção, na tentativa de conter a queda nos preços do petróleo.
*Com informações da agência de notícias CMA
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