O Grupo Carrefour Brasil (CRFB3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 282 milhões no primeiro trimestre de 2025, resultado 5,5 vezes maior (446,6%) frente aos R$ 52 milhões registrados no mesmo período do ano anterior.
Na base contábil, o lucro líquido foi de R$ 225 milhões, ante R$ 39 milhões no 1º trimestre de 2024, ficando em linha com as projeções dos analistas.
Segundo o CFO do Carrefour Brasil, Eric Alencar, os resultados refletem uma gestão mais eficiente de custos, disciplina de capital e o desempenho robusto do Atacadão.
Esse é o último balanço da companhia como empresa listada na B3, uma vez que a matriz francesa obteve aprovação para deslistar a operação no Brasil até meados de junho.
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Receita e rentabilidade em alta
A receita líquida consolidada somou R$ 26,1 bilhões, revelando um crescimento de 5,1% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
O Ebitda ajustado consolidado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,47 bilhão, uma alta de 3,7% na comparação anual.
Já a margem Ebitda ajustada ficou em 5,6%, praticamente estável em relação aos 5,7% registrados no primeiro trimestre de 2024.
Atacadão puxa resultado do Carrefour
O Atacadão, braço de atacarejo do Carrefour, respondeu por 72% das vendas totais do Grupo Carrefour Brasil. O canal registrou vendas brutas de R$ 20,7 bilhões, equivalente a uma alta de 7,3% sobre o ano anterior.
A margem Ebitda do segmento cash & carry foi de 6,8%, crescimento de 0,2 ponto percentual (p.p.), impulsionada pela maturação de lojas convertidas do Grupo BIG e pela adição de novos serviços, como padaria e açougue, em unidades já existentes.
Entre janeiro e março, a companhia abriu uma nova loja Atacadão no Rio de Janeiro e um novo centro de distribuição em São Paulo.
Segundo o presidente-executivo do Carrefour Brasil, Stephane Maquaire, as novas lojas continuam a maturar, ao mesmo tempo em que a companhia mantém um olhar crítico em relação a despesas, voltado a novas oportunidades de ganhos de eficiência.
Varejo tradicional tem retração nas vendas
O segmento de varejo apresentou retração de 6,3% nas vendas brutas, atribuída à estratégia de otimização do portfólio de lojas e ao efeito calendário da Páscoa, que neste ano caiu no segundo trimestre, ao contrário de 2024.
Mesmo assim, o Carrefour informou que suas vendas em mesmas lojas cresceram 5,4%, excluindo combustíveis e efeitos de calendário, com destaque para o avanço de 6,9% nas lojas do Atacadão.
Banco Carrefour segue crescendo
O Banco Carrefour teve resultado positivo, com Ebitda ajustado de R$ 228 milhões, alta de 11,8% frente ao 1º trimestre de 2024. A carteira de crédito da instituição avançou 16,2% no período, totalizando R$ 29 bilhões.
Apesar do impacto da nova regulação do Banco Central, que elevou a inadimplência no setor, o braço financeiro da companhia mostrou resiliência.
Fim do Carrrefour como empresa listada na B3
O controlador francês, Maquaire, informou que pretende concluir o processo de fechamento de capital no Brasil até meados de junho, após a proposta de deslistagem ser aprovada em assembleia.
Ele também destacou que a deslistagem da operação brasileira permitirá maior agilidade nas decisões e simplificação dos processos internos, abrindo espaço para acelerar a expansão da rede a partir de 2026.
“Ter uma empresa listada no Brasil e outra na França é uma complexidade. Com a estrutura simplificada, poderemos abrir mais lojas do Atacadão”, disse o executivo.
O Carrefour Brasil representa aproximadamente 20% das vendas globais do grupo francês, sendo o segundo maior mercado da companhia, atrás apenas da França.