O mercado repercutiu nesta quarta-feira (13) a notícia de que a Petrobras estuda a criação de um novo fundo, onde os recursos antes destinados aos dividendos extraordinários seriam redirecionados para futuros investimentos da estatal. O BTG Pactual afirmou que a medida, além de improvável, é redundante. Durante a noite,a Petrobras negou o início dos estudos.
São 2 os motivos que levam o banco à sua conclusão:
O primeiro refere-se a parte burocrática da medida. Para adicionar novos projetos nos seus investimentos, a Petrobras teria que alterar o seu Plano Estratégico — que só é atualizado anualmente, perto de novembro.
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O segundo motivo apontado pelo banco é que o fundo seria redundante. Segundo o banco, a estatal já tem um fundo de reserva de lucro que pode (e sempre foi usado) para o cumprimento dos planos de investimentos. Inclusive, é uma determinação da Lei das SAs (Sociedades Anônima), “que estabelece que parte dos investimentos de qualquer empresa deve ser garantida por essa reserva de lucro”, explica o BTG.
A reserva de lucros encerrou 2023 em US$ 8,3 bilhões.
Mesmo sem dividendos extraordinários, Petrobras ainda é atraente
Apesar de ter adotado um tom mais cauteloso em relação à Petrobras desde a semana passada, o BTG mantém a recomendação de compra da petroleira.
Segundo o banco, o rendimento dos dividendos segue atraente, com a previsão de 13% para 2024, mesmo assumindo que a estatal não pagaria dividendos extraordinários, ou seja, considerando só os dividendos “orgânicos”.
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Em poucas palavras, o BTG disse que só mudanças concretas na equipe ou nos estatutos poderiam afetar a visão deles sobre a estatal:
“A Petrobras continuará a acumular dinheiro”, afirmou o BTG em relatório.
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Apenas 3 das grandes casas de análise mantiveram sua recomendação de compra para as ações da Petrobras: BTG Pactual, Goldman Sachs e Jefferies.
Bank of America, Bradesco e Santander, que tinham recomendação de compra para as ações da petroleira (#PETR3; #PETR4) rebaixaram suas recomendações para “neutro”.
A principal crítica do mercado foi que, sem os dividendos, aalta do risco político não compensa o possível prêmio sobre as ações.
Veja recomendações e preços-alvo:
- Santander: Neutra. Preço-alvo: R$ 47
- Citi: Neutra. Preço-alvo US$ 14 (#PBR)
- Bank of America: Neutra. Preço-alvo: R$ 38 (#PETR4)
- Jefferies: Compra. Preço-alvo: US$ 21 (#PBR)
- Bradesco: Neutra. Preço-alvo: R$ 41 (#PETR4)
- JP Morgan: Neutra. Preço-alvo US$ 18,50
- Safra: Neutra. Preço-alvo: R$ 34 (#PETR3; #PETR4)
- Goldman Sachs: Compra. Preço-alvo US$ 19,70 (#PBR)
- Itaú BBA: Neutra. Preço-alvo de R$ 38 (#PETR4)