Após um primeiro trimestre difícil para as ações brasileiras, com mudanças nas perspectivas de cortes de taxas nos EUA e preocupações com a inflação no Brasil, o BTG Pactual continua otimista em relação ao desempenho das ações brasileiras em 2024.
A principal carteira recomendada do banco (10SIM) para abril mantém a exposição a setores domésticos e cíclicos, com ajustes pontuais.
Quem entra e quem sai da carteira:
- Eletrobras (ELET3) retorna à carteira substituindo a Equatorial. A empresa é vista como negociando a uma TIR real de 12%, com perspectivas positivas relacionadas ao processo de reestruturação e à estabilidade dos preços da energia.
- Stone (STOC31) adicionada à carteira em substituição à Raízen. O BTG Pactual está confiante em relação à capacidade da empresa de expandir para além dos pagamentos, com resultados mais fortes do que o esperado e avaliação atraente.
Com a adição da Stone à carteira e a manutenção do Itaú e da B3 no portfólio, o BTG aumentou para 30% sua exposição a serviços financeiros. Segundo o banco, eles estão cada vez mais confiantes que a empresa de maquininhas pode ir além dos pagamentos.
“Os resultados têm sido mais fortes do que o esperado e as ações estão sendo negociadas a 12x P/L para 2024E e 10x para 2025E, o que consideramos atraente”, afirmou o relatório.
Petrobras também fica mais um mês. “Apesar da decepcionante decisão de não pagar dividendos extraordinários, ainda modelamos um
dividend yield ordinário de 13% (potencialmente atingindo ~15%, dependendo da produção e dos preços do petróleo)”, escreve.
Cenário Macro
O BTG Pactual destaca um início desafiador para o ano de 2024 no mercado brasileiro de ações, com o Ibovespa encerrando o primeiro trimestre com queda significativa, reflexo das incertezas quanto aos cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos e a pressão sobre a inflação no Brasil. Essa conjuntura levou a um aumento dos resgates por parte dos investidores estrangeiros, revertendo o fluxo positivo observado no final do ano anterior.
Apesar das dificuldades, o BTG mantém uma perspectiva sólida para as ações brasileiras em 2024, baseada na expectativa de cortes nas taxas de juros tanto nos EUA quanto no Brasil, aliada a valuations relativamente atrativos. A despeito da possibilidade de uma redução menos intensa nas taxas brasileiras e das preocupações fiscais, o banco acredita que o cenário econômico local permanece favorável, com previsão de crescimento do PIB e aumento nos lucros das empresas listadas.
A queda nas taxas de juros tende a impulsionar os lucros das empresas brasileiras ao longo do ano, com projeção de crescimento significativo nos resultados. Apesar das oscilações no mercado financeiro e das incertezas macroeconômicas, o BTG destaca a atratividade das ações brasileiras, que estão sendo negociadas com valuations favoráveis em comparação com mercados emergentes similares.
No entanto, o banco ressalta que o cenário macroeconômico continua sujeito a variáveis como a trajetória das taxas de juros nos EUA, as políticas fiscais do Brasil e o comportamento dos investidores estrangeiros. Apesar desses desafios, o BTG permanece otimista em relação ao potencial de valorização das ações brasileiras, mantendo uma postura cautelosa, mas confiante, em sua estratégia de investimento.