O Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da zona do euro permaneceu em 45,8 pontos em agosto, mantendo-se inalterado em relação ao mês anterior. Resultado veio um pouco acima da preliminar, que era de 45,6, mas abaixo da marca de 50 pontos, que separa crescimento do movimento de contração.
O setor teve uma breve redução nas vendas e o primeiro reajuste nos preços dos produtos desde abril de 2023, ao mesmo tempo em que houve o terceiro aumento mensal consecutivo nos custos operacionais, conforme o PMI final do setor industrial da zona do euro do Hamburg Commercial Bank (HCOB), compilado pela S&P Global, divulgado nesta segunda-feira (02).
Contenção contínua no setor industrial
Em esforços contínuos para impulsionar o desempenho da indústria, os fabricantes chegaram a reduzir as compras de insumos, o emprego e os estoques. Além dos fatores que levaram a essa contenção, a confiança empresarial caiu para o menor nível em cinco meses.
Apesar da breve redução nas vendas, os preços cobrados pelos produtos da zona do euro tiveram um reajuste, uma vez que não havia aumento desde abril de 2023. Houve, ainda, um terceiro aumento mensal consecutivo nos custos operacionais.
Piora na manufatura
O Dr. Cyrus de la Rubia, economista-chefe do HCOB, alertou que “As coisas estão indo ladeira abaixo, e rapidamente. O setor industrial está preso em um marasmo, com as condições de negócios piorando no mesmo ritmo forte por três meses consecutivos, levando a recessão a 26 meses e contando”.
Segundo o Dr. Cyrus, os novos pedidos, tanto domésticos quanto internacionais, estão em desaceleração, eliminando esperanças de uma recuperação no curto prazo. Essa situação se agravou ainda mais, com os preços dos insumos subindo desde junho, pressionando as margens de lucro das empresas.
O índice que faz a mensuração de novos pedidos no setor industrial teve queda de 44,1 para 43,3, atingindo o ponto mais baixo desde dezembro. O movimento de queda ocorreu no momento em que os fabricantes aumentaram seus preços pela primeira vez em 16 meses, impulsionados pelas fábricas da França, Holanda, Grécia e Itália.
O BCE vem tentando combater a inflação persistente nos serviços e, ao mesmo tempo, conta com a queda dos preços do setor industrial para conseguir manter o movimento de desinflação do setor.
*Com informações da agência de notícias CMA
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