O Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos Estados Unidos subiu 0,2% em agosto em relação ao mês anterior, conforme divulgado pelo Departamento do Trabalho do país, nesta quinta-feira (12).
O resultado veio levemente acima da expectativa dos analistas, que esperavam alta de 0,1%, sugerindo uma inflação moderada e seguindo a estabilidade registrada em julho, que foi revisada para zero crescimento.
Segundo Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, o arrefecimento na inflação ao produtor indica que as pressões inflacionárias estão diminuindo gradualmente.
“A desaceleração da inflação ao produtor reforça a expectativa de que o Federal Reserve possa iniciar um ciclo de cortes nas taxas de juros no próximo ano. Isso poderia estimular o crescimento econômico e os investimentos. No entanto, o Fed deve equilibrar cuidadosamente essa decisão com a necessidade de manter a inflação sob controle e evitar um superaquecimento da economia”, completa.
Desempenho anual abaixo das expectativas
Em termos anuais, o PPI (que mede as variações médias de preços observadas por produtores e fabricantes) de agosto apresentou um aumento de 1,7%, ficando abaixo da previsão de 1,8%. Em julho, o PPI havia avançado 0,1% ante junho e 2,2% na comparação anual.
Núcleo do PPI dos Estados Unidos
O núcleo do PPI, que exclui alimentos, energia e comércio, aumentou 0,3% em agosto, mantendo-se estável em comparação com julho.
Na comparação anual, o núcleo do índice subiu 3,3%, igualando a taxa do mês anterior. Esse núcleo é observado para avaliar a tendência subjacente da inflação, desconsiderando componentes mais voláteis.
O CPI registrou alta de 0,2% em agosto, repetindo o resultado de julho e em linha com as expectativas dos analistas. No acumulado de 12 meses, desacelerou de 2,9% em julho para 2,5% em agosto, o menor valor desde março de 2021.
Tanto o PPI quanto o CPI devem contribuir para um provável corte de juros nos Estados Unidos na reunião do dia 18, uma vez que este é o último relatório de inflação que o Federal Reserve (Fed) terá em mãos antes da reunião de política monetária na próxima semana.
Variação nos preços de alimentos e energia
Os preços de alimentos subiram 0,1% em agosto, após um aumento de 0,7% em julho. Em contraste, os preços de energia caíram 0,9% no mesmo período, revertendo a alta de 1,8% registrada no mês anterior.
Essas flutuações refletem as mudanças nos custos de produção e podem impactar a rentabilidade das empresas que dependem fortemente desses insumos.
Sobre a inflação dos Estados Unidos e possíveis impactos nos próximos meses, Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest, alerta que “se as pressões inflacionárias continuarem moderadas, é possível que as taxas de juros não aumentem significativamente nos próximos meses. Isso pode manter a economia estável, mas há riscos de novos choques inflacionários dependendo de fatores externos, como os preços de energia.”
*Com informações da agência de notícias CMA
Imagem: Piqsels