Após uma semana marcada pela frustração com os dados de emprego nos Estados Unidos, os mercados globais iniciam a segunda-feira (09) com tentativa de recuperação. O payroll de agosto, divulgado na sexta-feira (6), veio abaixo das expectativas, causando pessimismo entre investidores.
Futuros dos mercados em alta
Os índices futuros dos EUA mostram sinais de recuperação antes da abertura dos pregões. O S&P 500 futuro registra alta de 0,8%, enquanto o Nasdaq futuro também avança 0,8%.
Já na Europa, o Stoxx 600 sobe 0,7%, com o FTSE 100 do Reino Unido e o DAX da Alemanha operando em alta de 0,8% e 0,7%, respectivamente.
Por outro lado, as bolsas asiáticas sofreram com ajustes negativos. O Nikkei (Japão) recuou 0,5% e Xangai (China) teve queda de 1,1%, impactados pela primeira reação aos dados do payroll.
Principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro: +0,8%
- Nasdaq Futuro: +0,8%
- STOXX 600: +0,7%
- Nikkei 225: -0,5%
- Hang Seng: -1,4%
- Shanghai SE: -1,1%
Impacto do payroll nos mercados
O payroll, que mede a criação de empregos nos EUA, é um indicador importante para avaliar a saúde econômica do país. O relatório mais fraco do que o esperado sugere que o mercado de trabalho americano está desacelerando, o que alimenta especulações de possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) nas próximas reuniões.
Essa expectativa traz volatilidade aos mercados, especialmente no Brasil, que já enfrenta um cenário econômico desafiador com alta de juros e inflação.
Cenário doméstico
No Brasil, o Boletim Focus trouxe revisões significativas nas projeções para 2024. O PIB foi ajustado de 2,46% para 2,68%, enquanto a inflação projetada subiu de 4,26% para 4,30%.
A taxa Selic, ponto de atenção dos investidores, foi revisada para 11,25%, indicando que o Banco Central continuará com uma política monetária mais apertada.
Essas projeções podem impactar o mercado de consumo interno, o setor de crédito e a atratividade dos investimentos em renda fixa, que tendem a ser favorecidos com uma Selic mais alta.
Expectativas revisadas:
- PIB 2024: de 2,46% para 2,68%
- Inflação (IPCA) 2024: de 4,26% para 4,30%
- Selic: de 10,5% para 11,25%
Empresas
No setor corporativo, alguns destaques chamam a atenção dos investidores:
- Vale e Samarco: discussões sobre um possível acordo de US$ 18 bilhões relacionado ao desastre de Mariana foram divulgadas pela Bloomberg. Esse acordo pode aliviar pressões jurídicas e financeiras sobre as companhias.
- Grupo Mateus: a Receita Federal autuou a empresa em R$ 1,05 bilhão por supostas irregularidades fiscais, o que pode afetar o caixa da companhia e a percepção dos investidores.
- PetroReconcavo: registrou queda de 4,5% na produção de óleo equivalente em agosto, o que pode pressionar as ações da companhia no curto prazo.
Perspectivas para a China e Fed
Ainda nesta semana, os investidores ficarão atentos aos dados econômicos da China, como a balança comercial e a produção industrial, que serão divulgados na sexta-feira (13). Esses números são fundamentais para empresas exportadoras brasileiras, como a Vale e a Klabin, que dependem da demanda do gigante asiático.
Nos Estados Unidos, a expectativa está voltada para a próxima reunião do Federal Reserve, onde se espera um corte de 25 pontos-base na taxa de juros. Até lá, o mercado deve permanecer em modo de espera, aguardando os desdobramentos das decisões de política monetária.
Imagem: Piqsels