O Ibovespa encerrou o mês de setembro com uma queda acumulada de 3%, impactado tanto por fatores domésticos quanto internacionais. Esse resultado foi o segundo pior para o índice brasileiro durante o ano até o momento.
No mercado internacional, o índice de referência chinês Shanghai SE teve seu melhor desempenho desde 2008 nesta segunda-feira (30), avançando acima de 8%, às vésperas feriado de uma semana, que também contribuiu para atingitr nova marca histórica de negociações.
Coma grande movimentação na negociação das ações, as aplicações de corretores chegaram a colapsar e os pedidos para abertura de contas de negociação dispararam, segundo dados da mídia local.
As bolsas no exterior, de um modo geral, operam de lado, na expectativa de novos dados da economia norte-americana sobre um provável corte de juros. Nesta segunda-feira (30), o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse que o Banco Central dos EUA não está com pressa para cortar juros e o ritmo do ajuste dependerá dos dados da economia americana.
No Brasil, o destaque é a preocupação do mercado com o cenário fiscal, diante das dificuldades que o Governo enfrenta para equilibrar suas contas.
Manchetes desta manhã
- Aumento da taxa básica de juros vai impactar resultado de companhias endividadas (Valor)
- Americanas tentou lastro de bancos e até venda se cogitou (Valor)
- Bets ilegais serão bloqueadas a partir de hoje, e usuários devem sacar saldo dos sites (Globo)
- Ministério da Fazenda divulga lista de bets que podem operar no Brasil (Folha)
- Integrantes do Copom têm maior histórico de divergências durante governos do PT (Folha)
- Reino Unido fecha última usina e se torna primeiro país do G7 a abrir mão do carvão (Folha)
- Programa de renda para universitários deve seguir regra fiscal, diz Haddad (Globo)
- ANS quer mudar política de preços de planos de saúde (Globo)
- Inflação da zona do euro cai para 1,8% em setembro, abaixo da meta de 2% do BCE (CNBC)
- Preços do petróleo caem apesar das tensões crescentes no Oriente Médio (Financial Times)
- Inflação da zona do euro cai abaixo da meta para 1,8% em setembro (Financial Times)
- Trabalhadores portuários dos EUA fazem greve; empresas alertam sobre “paralisia” nos portos (Financial Times)
- Vendas de automóveis estão em baixa enquanto os preços permanecem altos (The Wall Street Journal)
Mercado global
As bolsas da Europa operam mistas após inflação fortalecer chance de corte de juros do BCE neste mês.
O PMI industrial da zona do euro caiu para 45,8 em setembro, de 45 em agosto, atingindo o menor patamar em nove meses, e o CPI subiu 1,8% em setembro, após registrar alta de 2,2% em agosto. No Reino Unido, o PMI industrial caiu para 51,5 em setembro, de 52,8 em agosto, dentro das projeções do mercado.
Na Ásia, a partir desta terça-feira)1), os mercados na China seguem fechados para a Golden Week, uma série de feriados que vai até a próxima segunda-feira (7).
No Japão, o índice Nikkei conseguiu se recuperar após ter caído forte no último pregão, registrando alta de 1,93%. No entanto, os investidores reagem negativamente à indicação do novo primeiro ministro, Shigeru Ishiba.
Em Nova York, diferente do cenário brasileiro, o mês de setembro foi positivo, com alta de 1,85% do Dow Jones, 2% do S&P 500 e 2,68% do Nasdaq. O S&P 500 futuro opera estável, Stoxx Europe sobe 0,3% e o Nikkei fechou em alta de 1,9%.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro estável
• STOXX 600 +0,3%
• FTSE 100 +0,4%
• Nikkei 225 +1,9%
• MSCI EM estável
• Dollar Index +0,2%
• Yield 10 anos -3,8bps a 3,7429%
• Petróleo WTI -0,8% a US$ 67,64 barril
• Futuro do minério em Singapura -1,7% a US$ 107,9
• Bitcoin estável a US$ 63812,13
Commodities
- Petróleo: registrou queda, com perspectiva de oferta adicional compensando os temores com o Oriente Médio. O Brent/dez cai a US$ 2,2%, a US$ 70,11 o barril e o WTI/novembro, a 0,8%, a US$ 67,6 o barril.
- Minério de ferro: O futuro do minério de ferro cai 1,7% em Singapura, a US$ 107,9 a tonelada, após forte valorização hoje e com liquidez reduzida devido o feriado da Golden Week.
Política monetária dos EUA
O mercado internacional monitora de perto as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, que declarou não haver certeza sobre um corte de 0,5% nas taxas de juros na próxima reunião, frustrando as expectativas de um alívio na política monetária do país.
Cenário fiscal brasileiro
A relação dívida/PIB, que compara o nível de endividamento do país com o Produto Interno Bruto, alcançou 78,55% em setembro, o maior índice desde outubro de 2021. Nos últimos meses, a dívida pública cresceu em cerca de R$ 70 bilhões.
A incapacidade de gerar superávit primário, um dos principais mecanismos de controle fiscal, somada ao aumento do endividamento, coloca em risco a sustentabilidade das finanças públicas.
Há um temor crescente de “dominância fiscal”, uma situação em que o endividamento do governo é tão elevado que as medidas do Banco Central para conter a inflação perdem eficácia. Esse cenário foi recorrente em países da América Latina nas décadas de 1980 e 1990, resultando em crises econômicas profundas.
Cenário internacional
Nos EUA, o destaque do dia é o PMI industrial de setembro, que deve sair às 10h45, e o ISM, logo mais às 11h; além do esperado relatório Jolts de agosto, com dados do mercado de trabalho e divulgação prevista para as 11h.
Na agenda do dia o mercado aguarda os discursos dos membros do Fed, Raphael Bostic, Lisa Cook, Susan Collins e Thomas Barkin, a partir das 12h.
A partir das 21h45, acontece o debate entre os candidatos à vice-presidência dos EUA: Tim Walz (Democrata) e JD Vance (Republicano).
Cenário nacional
No Brasil, a agenda tem como destaque a divulgação pela S&P Global do PMI industrial do Brasil de setembro, às 10h, o leilão de NTN-Bs do Tesouro e às 12h20 o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de evento.
Também em foco nos compromissos do dia, está prevista a publicação das regras para Fiagros, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a divulgação hoje das bets autorizadas a operar. Durante o dia, o presidente Lula participa da posse da nova presidente do México, Claudia Sheinbaum.
No mercado financeiro, ontem o dólar teve alta de 0,2% ontem, a R$ 5,55, e o Ibovespa caiu 0,69%, aos 131.816 pontos, diante da abertura da curva de juros após declarações de Powell e queda de Vale, em ajuste após os ganhos da última semana.
No acumulado do mês de setembro, o dólar teve uma desvalorização de 3,3% e o Ibovespa recuou 3,08%. No terceiro trimestre, o Ibovespa teve alta de 6%.
Destaques no mercado corporativo
- Vale: acontece hoje a posse de, Gustavo Pimenta, novo CEO, com mandato de três anos.
- Sabesp: inicia hoje a nova gestão, com a entrada oficial do novo presidente, Carlos Piani, e reunião do conselho de administração para definição do novo diretor-financeiro. Daniel Szlak é o indicado para o cargo, segundo o Valor Pro.
- Gol: teve prejuízo de R$ 544 milhões em agosto e receita de R$ 1,57 bilhão, conforme dados não auditados.
- Cosan: informou, em comunicado, que não há deliberação da administração para venda de qualquer participação na Vale.
- São Martinho: fará programa de recompra de até 10 milhões de ações.
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