Entenda tudo o que vai movimentar o mercado financeiro e o mundo dos investimentos nesta quinta-feira (31), com o podcast Café do Mercado, uma produção do Monitor do Mercado.
O episódio de hoje já está no ar, nas principais plataformas de podcasts. Basta clicar na sua plataforma preferida para ouvir: Spotify; Deezer; Amazon Music; Podcasters. Ou ouvir clicando abaixo:
A Bolsa de Valores brasileira (B3) começou o dia de forma estável, refletindo a falta de definição sobre o esperado pacote de corte de gastos do governo.
O ministro da Economia ainda não apresentou uma data para o anúncio das medidas de ajuste fiscal, o que tem deixado o mercado em estado de alerta. Nesta quarta-feira (31), a bolsa fechou em leve queda de 0,07%, aos 130.639 pontos. O volume financeiro somou R$ 17 bilhões, enquanto o dólar registrou alta, cotado a R$ 5,76.
Déficit no orçamento de 2025 e impactos esperados
Investidores e analistas aguardam que o governo anuncie um corte de gastos de aproximadamente R$ 25 bilhões, mas o déficit previsto para o orçamento de 2025 pode chegar a R$ 50 bilhões. Essa diferença reforça a necessidade de novas medidas, e os supersalários do funcionalismo público estão entre os alvos de possíveis ajustes.
Supersalários são vencimentos que ultrapassam o teto constitucional, fixado em R$ 44 mil, o equivalente ao salário de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Estima-se que 0,3% dos servidores recebam acima desse limite, o que gera um gasto adicional de R$ 5 bilhões anuais para o governo.
Projeto para reduzir supersalários estacionado no Senado
A pauta de corte dos supersalários tramita no Congresso desde 2016, com o Senado responsável pelo próximo passo desde 2021. Simone Tebet, senadora e ex-ministra do Planejamento, destacou que a questão está na mira do pacote de cortes, mas sua aprovação depende de um consenso no Congresso.
Se essa redução não for incluída na próxima fase das medidas fiscais, o governo ainda enfrentará desafios para atingir o corte orçamentário necessário.
Impacto no mercado e resultados corporativos
Além das questões fiscais, o mercado financeiro está focado nos resultados trimestrais das grandes empresas e em fatores externos, como a eleição presidencial nos Estados Unidos e a decisão do Banco Central brasileiro sobre a taxa de juros.
Ontem, o balanço do Santander, que desapontou investidores com uma queda de 5%, já começou a ser corrigido com uma alta de 2% em suas ações. Hoje, espera-se que os balanços de grandes companhias como Bradesco, Ambev, Carrefour e Marcopolo possam impactar o desempenho do Ibovespa.
No cenário internacional, Apple, Amazon e Mastercard também apresentarão resultados, aumentando a atenção do mercado global.
A próxima decisão do Banco Central sobre a Selic, a taxa de juros básica da economia, está entre os eventos mais aguardados. Com a taxa de juros em queda desde o início do ano, o mercado observa se o movimento continuará para estimular a economia ou se haverá algum ajuste em resposta ao cenário fiscal.