O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, finalizou esta segunda-feira (2) em queda de 0,18%, aos 136.786,65 pontos, regressando ao menor nível desde 12 de maio, impactado pelas tensões tanto internas quanto externas.
No cenário doméstico, pesou sobre o índice os desdobramentos da crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com o Congresso pressionando o ministério da Fazenda para apresentar alternativas à medida fiscal até o final de semana.
Lá fora, a retomada das tensões comerciais e possibilidades de negociação entre Pequim e Washington agitam os mercados globais e aumentam o clima de incerteza entre os investidores.
Nesta terça-feira (3), o mercado internacional repercute os dados da atividade industrial na China que, pela primeira vez, ficou abaixo de 50 pontos, para 48,3 em maio, entrando em território de contração.
A agenda externa destaca ainda dados econômicos na Europa, como o relatório trimestral de Perspectivas Globais da OCDE e também nos Estados Unidos, com a divulgação do relatório Jolts.
No Brasil, a agenda de indicadores segue mais esvaziada, mas o mercado acompanha de perto as tensões no cenário fiscal, com a possibilidade de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipar para hoje o anúncio de medidas alternativas ao aumento do IOF.
Esse clima de incerteza também pesou sobre o desempenho do dólar ante o real, que encerrou a sessão desta segunda-feira (2) em queda de 0,77%, negociado a R$ 5,67, acompanhando também o movimento global de enfraquecimento da moeda diante das tensões comerciais reiniciadas por Trump.
- 🔥 Seu dinheiro pode render mais! Receba um plano de investimentos gratuito, criado sob medida para você. [Acesse agora!]
Manchetes desta manhã
- Empresas buscam opções a aumento de capital (Valor)
- Governo busca receitas para cobrir alta do IOF, e Haddad fala em ajustes ‘estruturantes’ (Globo)
- Governo estuda usar R$ 35 bilhões do petróleo para compensar IOF (Folha)
- Grandes empresas veem risco em projeto de lei que facilita licenças ambientais (Estadão)
- IA generativa pode afetar 31,3 milhões de empregos (Valor)
Mercado global
As Bolsas da Europa iniciaram o dia operando majoritariamente em queda, em meio aos temores relacionados à nova escalada da guerra comercial, que ofuscam os dados de inflação da zona do euro melhores do que o esperado.
No contexto das negociações comerciais, a União Europeia não teria recebido a carta formal dos EUA cobrando propostas comerciais até quarta-feira. Após conversa com Ursula von der Leyen, o presidente Donald Trump prorrogou o prazo. As negociações entre Washington e Bruxelas seguem até 9 de julho.
Na Ásia, os índices encerraram o pregão desta terça-feira majoritariamente em alta, com a expectativa de conversas entre EUA e China ainda nesta semana.
O Secretário das Finanças, Paul Chan, reafirmou a meta de crescimento do PIB de Hong Kong para 2025 de 2% a 3%, citando medidas recentes de flexibilização monetária e apoio às empresas na China.
Na Coreia do Sul, fabricantes de chips compensaram siderúrgicas, enquanto o foco estava voltado para a eleição presidencial, após Yoon Suk Yeol ser deposto.
De outro lado, investidores reagiram aos sinais agressivos de Kazuo Ueda (BoJ), que reiterou a prontidão do Banco Central para aumentar juros novamente se as previsões econômicas e de inflação forem atendidas.
Em Nova York, os índices futuros abriram em baixa em meio às discussões sobre as tensões comerciais entre EUA e China, também influenciados pela expectativa para a divulgação dos dados de emprego.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro -0,4%
• FTSE 100 -0,1%
• CAC 40 -0,3%
• Nikkei 225 -0,1%
• Hang Seng +1,5%
• Shanghai SE Comp. +0,4%
• MSCI World -0,1%
• MSCI EM +0,3%
• Bitcoin +0,4% a US$ 105338,56
- Crédito com as menores taxas do mercado. Simule um empréstimo com home equity agora.
Commodities
- Petróleo: sobe com tensões geopolíticas e preocupações com a oferta. O Brent/ago sobe 0,39%, a US$ 64,88 e o WTI/jul valoriza 0,40%, a US$ 62,77.
- Minério de ferro: fechou em queda de 1,14% em Dalian, na China, negociado a US$ 96,54. O contrato futuro cai 0,9% em Singapura, cotado a US$ 94,35 a tonelada.
Cenário internacional
Nos Estados Unidos, a Casa Branca tentou ontem organizar uma ligação entre Trump e Xi Jinping, mas os representantes do líder chinês ainda não demonstraram interesse.
Na agenda de hoje, os EUA informam dados sobre os pedidos às fábricas e de bens duráveis e o indicador de emprego JOLTS, ambos às 11h.
Na Zona do Euro, a inflação ao consumidor (CPI) subiu 1,9% em maio, em base anual, um pouco abaixo do projetado pelo mercado, de 2%.
Na China, o PMI industrial Caixin caiu para 48,3 em maio, de 50,4 em abril.
Cenário nacional
No Brasil, o IBGE divulga hoje, às 9h, dados sobre a produção industrial de abril, com projeção do BTG Pactual de alta de 0,30% na comparação mensal e de 0,10% na anual. Também está previsto para hoje o leilão de LFTs e NTN-Bs do Tesouro.
Em Brasília, há expectativa de que saia hoje o acordo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com líderes do Congresso para reduzir o impacto do IOF.
Ontem, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que não se deve usar o IOF nem para arrecadar, nem para apoiar a política monetária.
Segundo ele, o “IOF é um imposto regulatório, como está bem definido”. Galípolo, em evento, também afirmou que a atividade econômica é surpreendentemente resiliente e BC precisa ser forte para enfrentar a pressão de manter as taxas altas por tempo suficiente para ancorar as expectativas de inflação e atingir a meta.
Entre os compromissos do dia, o presidente Lula viaja hoje para Lisboa e França e Haddad participa de evento às 9h30 e de reunião com presidente da CVM, às 17h.
- ⚡ A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.
Destaques no mercado corporativo
- Petrobras: Teve rating reafirmado pela Moody’s, com mudança de perspectiva para “estável”.
- Minerva: Anunciou captação de R$ 1,72 bi e recompra de US$ 309,1 mi em bonds.
- Azul: Teve rating rebaixado pela Moody’s para “Ca” após pedido de recuperação judicial nos EUA.
- TIM: Aprovou grupamento e desdobramento de ações (100:1 seguido de 1:100).
- Vivara: Anunciou novo centro de distribuição no ES, com operação prevista para o 2º semestre de 2025.
- Santos Brasil: SPX atingiu participação de 5,11% no capital social da empresa.
Acompanhe as principais notícias do mercado financeiro nesta terça-feira também no Podcast Café do Mercado, uma produção do Monitor do Mercado, e apresentado por Lucas Rocco, CEO da Wiser | BTG Pactual.
O episódio de hoje já está no ar, nas principais plataformas de podcasts. Basta clicar na sua plataforma preferida para ouvir: Spotify; Deezer; Amazon Music; Podcasters. Ou ouvir clicando abaixo: