A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) voltou a subir em novembro, registrando variação positiva de 0,18%, ante um avanço de 0,08% no mês anterior, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (14).
Em novembro do ano anterior, o índice registrou alta de 1,45% e acumulava aumento de 6,07% em 12 meses. No ano, acumula uma queda de 0,80% e, em 12 meses, alta de 0,34%.
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Segundo Matheus Dias, economista do FGV Ibre, a aceleração reflete a pressão vinda da indústria de transformação.
“O resultado do IGP-10 foi influenciado principalmente pela aceleração mais intensa nos preços de produtos da indústria de transformação no IPA, especialmente aqueles ligados a alimentos, a exemplo de carne bovina, farelo de soja e óleo de soja bruto”, afirma.
O comportamento do índice indica pressões de custos provenientes das etapas iniciais da cadeia produtiva, com impacto potencial nas expectativas de inflação e na precificação de ativos.
Preços no atacado aumentam em novembro
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,15% em novembro, revertendo a queda de 0,04% registrada em outubro. O IPA mede a variação de preços no atacado e é o principal componente do IGP-10.
Desempenho por estágio de processamento:
- Bens Finais: houve desaceleração de 0,45% para 0,10%
- Bens Finais (ex-alimentos in natura e combustíveis): passaram de 0,40% para 0,31%
- Bens Intermediários: avançaram de 0,32%, após queda de 0,25% em outubro
- Bens Intermediários (ex-combustíveis e lubrificantes): registraram alta de 0,39%, ante queda de 0,29%
- Matérias-primas brutas: passaram de queda de 0,23% para alta de 0,08%
Inflação no setor de construção também impulsiona IGP-10
O economista do Ibre destaca que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também ajudou a impulsionar o índice, como reflexo da maior pressão sobre a mão de obra técnica.
O INCC avançou 0,30% em novembro, acima da alta de 0,21% observada em outubro. Confira o desempenho dos grupos:
- Materiais e Equipamentos: de 0,27% para 0,39%.
- Serviços: de 0,15% para -0,10%.
- Mão de Obra: de 0,16% para 0,23%.
Como o INCC é referência para contratos de construção e financiamentos imobiliários, o movimento do indicador tem impacto direto sobre custos de obras e margens de construtoras.
Inflação ao consumidor retoma trajetória de queda
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação percebida pelas famílias, subiu 0,21% em novembro, abaixo da taxa de 0,48% registrada em outubro.
Três das oito classes de despesa desaceleraram:
- Habitação: de 1,41% para -0,16%.
- Educação, Leitura e Recreação: de 1,27% para 0,41%.
- Transportes: de 0,33% para 0,13%.
Na contramão, a inflação de cinco grupos avançou no período:
- Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,06% para 0,67%.
- Alimentação: de -0,12% para 0,13%.
- Despesas Diversas: de -0,12% para 0,76%.
- Vestuário: de 0,19% para 0,37%.
- Comunicação: de 0,06% para 0,11%.
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Na contramão dos preços no atacado e inflação no setor de construção, Dias destaca que “os preços ao consumidor registraram alta menos intensa em comparação com novembro, com destaque para o recuo nos preços de laticínios e frutas”.









