Para a preocupação dos investidores, o Ibovespa registrou sua terceira semana consecutiva de perdas, marcando a maior queda da série, com uma retração de 2,56% no período mais recente. Esse padrão negativo não era observado desde a transição de julho para agosto do ano passado, quando o índice da B3 sofreu quatro retrações semanais, caindo de 120,2 mil para 115,4 mil pontos.
Durante a correção em curso, coincidindo com o início de 2024, o Ibovespa, que atingiu um nível recorde de 134,1 mil pontos, ajustou-se para 127,6 mil pontos, representando uma queda de aproximadamente 6,5 mil pontos.
Contrariando as expectativas de fechamento em baixa pelo quarto dia consecutivo, o Ibovespa, após um período de volatilidade, encerrou o pregão com uma leve alta de 0,25%, atingindo 127.635,65 pontos. O aumento de ganhos em Nova York influenciou a virada positiva, enquanto o giro financeiro atingiu R$ 27,6 bilhões, especialmente devido à sexta-feira de vencimento de opções sobre ações.
Desempenho em contraste com o mercado americano
Ao contrário da recuperação nos principais índices de ações em Nova York, que registraram altas significativas na semana, o Ibovespa não conseguiu acompanhar o mesmo ritmo. O otimismo nos Estados Unidos, impulsionado pelo bom desempenho das ações de tecnologia e dados de confiança positivos, não se refletiu nas ações brasileiras.
Setores impactados
As ações de commodities, como Vale (-1,30%) e Petrobras (ON -0,08%, PN -0,53%), foram penalizadas pela correção na Bolsa brasileira. Destacam-se, no entanto, o desempenho positivo de empresas como Gol (+6,02%), BRF (+4,75%) e Azul (+3,88%).
Desafios para a B3
Analistas indicam que o descolamento recente entre o mercado brasileiro e o americano sugere uma retirada de recursos por estrangeiros, ajustando posições após a mudança de expectativas em relação aos cortes de juros nos Estados Unidos.
China e setor imobiliário influenciam negativamente
O desempenho do Ibovespa neste início de ano é afetado pela perspectiva ainda fraca para a economia chinesa, especialmente devido à crise no setor imobiliário. Esse cenário impacta a demanda por commodities, como minério, afetando diretamente a B3, que tem exposição significativa a esses ativos.
“Pouso suave” nos EUA contrasta com situação brasileira
Enquanto nos Estados Unidos a confiança do consumidor avança, contribuindo para o otimismo do mercado, no Brasil, a falta de perspectiva para a economia chinesa e a correção nas ações de commodities influenciam o desempenho negativo do Ibovespa neste início de 2024.
Termômetro Broadcast Bolsa indica mercado indeciso
O Termômetro Broadcast Bolsa desta semana revela um mercado indeciso quanto à direção do Ibovespa nos próximos dias. Apesar da diminuição do pessimismo entre os participantes, há uma distribuição equitativa de probabilidades entre estabilidade, queda e alta do índice.
Com informações do Broadcast