O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (07) dados da Pesquisa Mensal de Comércio, apontando que o volume de vendas do varejo nacional alcançou, em dezembro, um patamar 2,9% superior ao registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia de COVID-19. No varejo ampliado, que engloba atividades como veículos e material de construção, as vendas operam 0,8% acima do mesmo período pré-crise sanitária.
Segmentos em destaque
Dentre os setores que se destacam nessa retomada, estão os artigos farmacêuticos, combustíveis, supermercados, material de construção e veículos, todos operando acima do nível pré-crise. Os dados apontam que o segmento de artigos farmacêuticos lidera, operando 29,3% acima do patamar pré-pandemia, seguido por combustíveis e lubrificantes com 11,3% acima, supermercados com 8,9% acima, material de construção com 2,9% acima e veículos com 0,5% acima.
Setores em dificuldade
Por outro lado, alguns segmentos enfrentam dificuldades para recuperar o nível de vendas de antes da pandemia. Tecidos, vestuário e calçados, por exemplo, operam 26,0% abaixo do nível de fevereiro de 2020, enquanto livros e papelaria estão 43,5% abaixo. Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE, destacou que o segmento de tecidos, vestuário e calçados parece ter sido particularmente afetado, indicando uma mudança de comportamento dos consumidores desde o início da pandemia.
Possíveis desdobramentos para investidores
Para investidores, a recuperação do varejo brasileiro é um sinal positivo de retomada econômica, especialmente nos setores que apresentam crescimento acima do pré-pandemia. No entanto, é importante considerar a volatilidade e as incertezas do cenário econômico global, além de possíveis mudanças nos hábitos de consumo que podem impactar diferentes setores do mercado varejista.
Análise sobre o setor de vestuário
O setor de tecidos, vestuário e calçados merece atenção especial devido à sua dificuldade em se recuperar. A mudança de comportamento dos consumidores, possivelmente influenciada pela pandemia e pelo retorno gradual ao trabalho presencial, pode continuar afetando as vendas nesse segmento. Além disso, o fechamento de lojas físicas de grandes redes varejistas também pode impactar negativamente as vendas nesse setor.
Considerações finais
Embora o varejo brasileiro apresente sinais de recuperação, é fundamental para investidores monitorar de perto os desdobramentos econômicos e as tendências de consumo, a fim de tomar decisões de investimento informadas e mitigar possíveis riscos no mercado.
Imagem: Piqsels