O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de fevereiro apresentou uma alta de 0,78%, 0,47 ponto percentual maior do que o registrado em janeiro. O resultado, divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (27), reflete, em grande parte, o aumento de 5,07% no grupo Educação, que teve um impacto de 0,30 ponto percentual no índice geral. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos cursos regulares, que tiveram uma alta de 6,13%.
Variação acumulada e impacto nos investimentos
No acumulado do ano, o IPCA-15 apresenta uma alta de 1,09%, e nos últimos 12 meses, de 4,49%, acima dos 4,47% observados nos 12 meses anteriores. Esses dados podem indicar pressão inflacionária, o que pode impactar os investimentos, especialmente os de renda fixa, que podem ter seus rendimentos corroídos pela inflação.
Alta generalizada, exceto em Vestuário
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito registraram alta em fevereiro. A exceção foi o grupo Vestuário, que registrou queda de -0,39%. As maiores variações, além de Educação, foram em Alimentação e bebidas, com alta de 0,97%, e Saúde e cuidados pessoais, com 0,76%.
Impacto nos investimentos em renda fixa
Para os investidores, principalmente os que aplicam em renda fixa, é importante acompanhar esses números, pois uma inflação em alta pode influenciar as decisões do Banco Central sobre a taxa básica de juros, a Selic. Um aumento na Selic pode tornar os investimentos em renda fixa mais atrativos, mas também pode impactar negativamente os investimentos em renda variável, como ações, que tendem a se desvalorizar em cenários de juros altos.
Detalhes dos grupos que mais influenciaram o índice
Em Educação, além dos cursos regulares, os cursos técnico, superior e de pós-graduação também tiveram altas significativas. Já em Alimentação e bebidas, destacaram-se os aumentos nos preços da cenoura, batata-inglesa, feijão-carioca, arroz e frutas. Em Saúde e cuidados pessoais, o plano de saúde, produtos farmacêuticos e itens de higiene pessoal foram os principais responsáveis pela alta no grupo.
Impacto da Habitação e Transportes
Em Habitação, o resultado foi influenciado pelo reajuste na taxa de água e esgoto em Belo Horizonte. Já em Transportes, houve queda na passagem aérea, mas aumento nos preços dos combustíveis, como gás veicular, gasolina e etanol. Os reajustes nas tarifas de transporte público também contribuíram para a alta nesse grupo.
Índices regionais e destaque para Goiânia e Porto Alegre
Em relação aos índices regionais, todas as áreas tiveram alta em fevereiro, com Goiânia registrando a maior variação, impulsionada pelos aumentos nos preços da gasolina e dos cursos regulares. Porto Alegre teve a menor alta, com queda nos preços da passagem aérea e da gasolina.
Próxima divulgação e metodologia
A próxima divulgação do IPCA-15, referente a fevereiro, está prevista para o dia 26 de março. Para o cálculo do IPCA-15, a metodologia utilizada é a mesma do IPCA, com a diferença no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. Os preços são coletados de 16 de janeiro a 15 de fevereiro e comparados com aqueles vigentes de 15 de dezembro a 15 de janeiro.
Aviso aos investidores
Investidores devem ficar atentos a esses dados, pois podem impactar suas estratégias de investimento. É importante diversificar a carteira e buscar orientação de um especialista para tomar decisões mais assertivas.
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