São Paulo, 2 de setembro de 2021 – A piora no cenário hídrico brasileiro
deixou os analistas da XP em alerta. Em relatório divulgado hoje, Victor Burke
e Maíra Maldonado dizem que um 'apagão é possível' com os níveis dos
reservatórios caindo abaixo do esperado.
Para eles, a situação hídrica é pior do que a prevista com a quantidade
de água que chega as hidrelétricas, em unidade de energia, ficar 27% abaixo do
que a estimativa da XP, além da geração hídrica e térmica ficar 8% menor
do que o previsto.
"Atualizamos nossas estimativas e vemos a probabilidade de racionamento nos
próximos 12 meses aumentar para 17,2% de 5,5% no relatório anterior. A
crescente probabilidade de um cenário crítico fez com que o governo adotasse
medidas preventivas para evitar o racionamento de energia", disseram.
Victor e Maíra também alertam que a geração hídrica mais baixa no
Sudeste exige trazer mais energia das regiões Norte e Nordeste, o que coloca
mais pressão no sistema de transmissão e exige uma operação com menos
backups para atender a demanda de energia.
"Isso significa que o sistema ficará mais vulnerável a distúrbios como
queimadas, tempestades e falhas humanas", explicaram.
Sobre as medidas anunciadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME), como
contratação de usinas ociosas, importação de energia de países vizinhos,
entre outros, os analistas dizem que, caso haja efetividade e se economize até
2,5GWmed, a probabilidade de racionamento cai para 11%.
Para os próximos 12 meses, a previsão é de não haver a necessidade de um
racionamento de energia, mas a previsão do nível consolidado dos
reservatórios ficou menor e a utilização de capacidade maior.
"O ponto de ruptura para o nosso modelo agora é se a energia afluente
natural média (ENA) ficar abaixo de 63% da média de longo prazo (anteriormente
55%). De acordo com nossos cálculos, a probabilidade de a ENA ficar em 63% ou
menos (portanto, ocorrer racionamento de energia) é de 17,2%", finalizaram.
Bruno Soares / Agência CMA
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