Games NFT, jogos nos quais é possível ganhar criptoativos, estão se popularizando entre jovens e investidores, mas podem ser uma mistura de day trade com trabalho precário, na visão do professor de Mídias Digitais na UFPB (Universidade Federal da Paraíba) Thiago Falcão.
Os jogos de videogame NFT partem de um modelo virtual chamado “play-to-earn”, ou seja, jogue para receber. Eestes jogos são feitos na Blockchain, para que fiquem registrados todos os ganhos e transações dos jogadores, sejam elas em criptoativos ou NFTs.
A moeda digital desses jogos normalmente é um criptoativo que pode ser vendido fora do jogo para que aconteça a arrecadação. Nestes jogos também é possível adquirir NFT’s ou avatares que facilitam a coleta dos criptoativos, que podem ser vendidos por preços diversos.
A comparação com o day trade se dá por conta da volatilidade do ativo, que funciona como a remuneração do jogo. A necessidade de vendê-lo enquanto se está em alta e o risco de desvalorização faz com que essa seja uma operação perigosa.
Além disso, a situação das pessoas que dependem destes jogos para se sustentar pode ser análoga com uma situação de trabalho precário, segundo especialistas.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Thiago Falcão, afirma: “Não é uma coisa divertida. Não são mecanismos criados para o entretenimento, mas estruturas de trabalho gamificado. Nos jogos NFT sobra muito pouco do que faz um jogo, um jogo. O prazer, a experiência subjetiva e social de jogar, nada disso existe nesses cryptogames”.
Para o professor, a comparação dos jogos com o trabalho precário se dá por conta da sensação das pessoas de passar o máximo de tempo em seus dispositivos em busca de um lucro que pode nunca chegar.
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