Marcos de Vasconcellos blog

Ligando os pontos

Textos de Marcos de Vasconcellos, jornalista, CEO do Monitor do Mercado, colunista da Folha de S.Paulo e assessor de investimentos.

Na renda variável, 2022 premia quem apostou na estabilidade

Enquanto o Ibovespa, maior representante do nosso mercado de ações, andou parcos 6,7% até agora, um outro índice deu bons 14,5% de valorização: o Idiv.

icone de relogio 05/12/2022 13:25

Na renda variável, em 2022 (e já estamos em dezembro!), foi premiado quem apostou no arroz com feijão. Enquanto o Ibovespa, maior representante do nosso mercado de ações, andou parcos 6,7% até agora — com a inflação acumulada de 4,7% até outubro —, um outro índice deu bons 14,5% de valorização: o Idiv.

Se você não o conhece, é uma espécie de Ibovespa só com empresas tradicionalmente boas pagadoras de dividendos aos seus acionistas. Em vez dos 92 papéis, apenas 52 compõem o índice— encabeçados por Vale, BB Seguridade e Gerdau.

E o que as boas pagadoras de dividendos têm em comum? Costumam ser companhias estáveis e consolidadas, que não precisam mais fazer grandes investimentos. Bancos, empresas de energia, siderúrgicas, por exemplo.

Ou seja, quem apostou na estabilidade teve um bom retorno, na renda variável. E a valorização do Idiv se dá apenas com base nos preços dos papéis, sem levar em conta os proventos pagos pelo caminho.

O foco em setores tradicionais também trouxe bons resultados fora do Brasil. O índice que reúne BDRs —papéis emitidos aqui, representando ações de bolsas estrangeiras— caiu quase 25% neste ano. É o maior tombo anual desde a sua criação, segundo levantamento da plataforma TradeMap. Mas 22 dos seus 130 papéis ganharam da nossa inflação.

No topo da lista: petróleo, petróleo e mais petróleo. Occidental Petroleum; Exxon Mobil; Devon e Chevron entregaram ganhos de 50% a 125% a seus acionistas. Ou seja: mesmo com a queda das bolsas americanas, dava para ganhar um dinheiro com BDRs.

No Ibovespa, por sua vez, 34 papéis tiveram uma valorização acima da inflação, chegando a 108%, com as ações da Cielo (CIEL3).

Mas há um outro tipo de ativo negociado na Bolsa que trouxe mais opções vencedoras para seus investidores neste ano: os fundos imobiliários (FIIs).

De janeiro até agora, o índice que reúne os FIIs (Ifix) foi mal: rendeu 2,5%. Entretanto, quem peneirar entre seus ativos vai encontrar 49 que ganharam da inflação até agora. Só que nenhum deles subiu mais do que 30%.

Em resumo: onde foi mais fácil encontrar boas opções para investir (FIIs), não há uma opção sequer com mais de 50% de valorização. Já onde foi mais difícil peneirar bons papéis (ações brasileiras e BDRs), dois papéis permitiriam mais do que dobrar o dinheiro investido.

Este é o tema da coluna de Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, na Folha de S.Paulo, nesta semana.

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