Marcos de Vasconcellos blog

Ligando os pontos

Textos de Marcos de Vasconcellos, jornalista, CEO do Monitor do Mercado, colunista da Folha de S.Paulo e assessor de investimentos.

Americanas entrou no caminho da Oi?

Entrar em recuperação judicial tem suas vantagens, mas a valorização das ações dificilmente é uma delas

icone de relogio 23/01/2023 09:26

Em apenas oito dias, as ações da Americanas (AMER3) conseguiram a proeza de sair da mesa dos queridinhos e ocupar a impopular bancada das empresas em recuperação judicial na Bolsa. Tem agora como "vizinhas" a livraria Saraiva (SLED4); a gigante do amianto, Eternit (ETER3); e a Teka (TEKA3), das roupas de cama, mesa e banho.

Entrar em recuperação judicial tem suas vantagens, mas a valorização das ações dificilmente é uma delas. O instituto serve para travar cobranças, facilitar as negociações e permitir à empresa colocar-se de volta nos trilhos, ainda que em marcha lenta. E quem gosta de marcha lenta no mercado de ações? Pergunte à Oi.

Quando a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da ex-gigante da telefonia, em 2016, as ações OIBR3 custavam coisa de R$ 1,52. Durante o período da recuperação, em meio a muita especulação, chegaram a passar de R$ 4,40. Quando saiu da maratona, há mais ou menos um mês, o preço da OIBR3 na Bolsa era de R$ 0,17. Dezessete centavos!

Tentando ignorar os balanços da empresa, olhando apenas para os gráficos das ações da Americanas, o analista técnico Bo Williams, da casa de análise PhiCube, não hesita em dizer: "O preço da ação entrou na região em que é proibido comprar".

E isso não vale só para os papéis AMER3. Os títulos de crédito privados das Americanas, por exemplo, estão na carteira de diversos fundos de investimento, inclusive de previdência, que deveriam, por princípio, ser o mais resguardados desse tipo de impacto possível.

Ao contratar a ex-diretora financeira (CFO) da Oi e da Tim, Camille Loyo Faria, para cuidar dos seus balanços, a varejista sinaliza que gostou do que foi feito na empresa de telefonia durante seu processo de recuperação. Acusações contra a executiva na CVM e na operação Greenfield trazem um pouco insegurança a investidores, mas, apesar de desvalorizada e fatiada, a Oi conseguiu sair do time da recuperação judicial. Ainda longe de ser uma queridinha.

Este é o tema da coluna de Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, na Folha de S.Paulo, nesta semana.

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