Marcos de Vasconcellos blog

Ligando os pontos

Textos de Marcos de Vasconcellos, jornalista, CEO do Monitor do Mercado, colunista da Folha de S.Paulo e assessor de investimentos.

Europa dá ultimato ao ambientalismo brasileiro

Não podemos confiar em discursos e ações "para europeu ver"

icone de relogio 30/01/2023 09:35

No fim do ano passado, o Parlamento Europeu aprovou a proposta que impede a entrada na União Europeia de produtos que possam estar ligados a desmatamentos ocorridos a partir de dezembro de 2019.

A lista inicial de itens vigiados atinge diretamente as exportações brasileiras: carne bovina, soja, café, cacau, óleo de palma e madeira. Além disso, seus produtos, como papel, chocolates, móveis etc., também estão na mira.

Atenção ao detalhe: não importa se os desmatamentos em questão forem considerados legais ou ilegais em seus países de origem. A simples conexão dos produtos exportados com derrubadas de mata nativa já os torna vetados pela nova regra. Não adianta mudar a lei aqui, ou anistiar o desmatador. O bloqueio será o mesmo.

Em seu discurso de posse, no dia 4, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou a criação de uma Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Territorial. E garantiu que atuará para combater o desmatamento e promover uma economia forte baseada na conservação de nossa biodiversidade.

Mandar tal sinal para os europeus, justamente nesta mudança de governo, é essencial. Mas é preciso lembrar que hoje, com a abundância de informações dos meios digitais, nossos parceiros comerciais conseguem enxergar o que realmente é feito, na velocidade do clique.

Para o investidor, torna-se essencial aumentar seu nível de exigência em relação às empresas nas quais investe. Com isso, é possível se proteger de surpresas com um bloqueio ou um entrave judicial da companhia na União Europeia. Quando se perde um mercado, ele costuma ser logo ocupado por um concorrente.

O início do ano é uma época boa para avaliar, com a divulgação dos balanços referentes e 2022, os riscos e as atitudes que as empresas estão tomando para se adequar à nova exigência global.

Não podemos confiar em discursos e ações de ambientalismo "para europeu ver" se quisermos manter bons resultados como das exportações do agronegócio, que registraram alta de 32% em 2022, chegando à cifra de US$ 159,09 bilhões.

Este é o tema da coluna de Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, na Folha de S.Paulo, nesta semana.

Clique aqui para ler o texto na íntegra.

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