Marcos de Vasconcellos blog

Ligando os pontos

Textos de Marcos de Vasconcellos, jornalista, CEO do Monitor do Mercado, colunista da Folha de S.Paulo e assessor de investimentos.

Gigantes de tecnologia demitiram mais de 150 mil neste ano; ações sobem

Balanços anuais mostraram que as perdas no valor das ações não eram algo somente do mercado financeiro, mas sim da dificuldade em fechar as contas na economia real

icone de relogio 24/04/2023 10:02

Só neste ano, a Amazon já anunciou 27 mil demissões; o Google, outras 12 mil; a Microsoft e a Meta (do Facebook), cerca de 10 mil cada uma.

Somando os números de outras grandes empresas do setor, como Netflix, Dell e Spotify, o ano (em seus quase quatro meses) computa cerca de 160 mil demissões, contabiliza o site especializado TechCrunch. Isso é praticamente toda a população de Ilhéus, na Bahia, ou de São Caetano do Sul, em São Paulo, no olho da rua. E a triste verdade é que isso agradou a grandes investidores. 

Mais do que o impacto do avanço da inteligência artificial no seu próprio berço, que deverá ser ainda mais devastador nos próximos anos, ainda vivemos uma "ressaca" da pandemia de Covid-19. Mas, diferentemente de outros setores, que apanharam na pandemia e agora podem ter ficado com o caixa curto para pagar as contas, as techs incharam no período mais crítico da doença.

A conta foi cobrada, com juros brasileiros, quando o mundo voltou a caminhar para a normalidade. O home office deixou de ser regra. Os restaurantes e os bares voltaram a fornecer o tradicional lazer. E a demanda por tecnologia minguou.

O impacto ficou claro nas contas das gigantes de tech. A Netflix computou a primeira perda de assinantes da sua história no primeiro trimestre de 2022. A Amazon fechou o ano com prejuízo de US$ 2,7 bilhões (em 2021, registrara lucro de US$ 33 bilhões). É uma diferença de R$ 180 bilhões.

Os balanços anuais mostraram que as perdas no valor das ações não eram algo somente do mercado financeiro, mas sim da dificuldade em fechar as contas na economia real. E as empresas entraram no modo "corte de gastos", fechando postos de trabalho em todo o mundo.

A mudança de posicionamento atingiu as famílias em cheio, mas agradou a grandes investidores. Enquanto demitiram dezenas de milhares de pessoas, as companhias viram suas ações decolar nas Bolsas de Valores. Neste ano, os papéis da Meta subiram 68%; os da Amazon, 24%; os da Microsoft, 19%; os do Google, 18%; e os da Netflix, 11%.

Este é o tema da coluna de Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, na Folha de S.Paulo, nesta semana.

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