Os principais índices do mercado de ações europeu fecharam o pregão desta quinta-feira em alta, com os investidores reagindo à decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar as taxas de juros pela primeira vez desde setembro de 2019. O corte foi de 25 pontos base.
Resultados dos índices:
- FTSE-100 (Londres): +0,47% (8.285,34 pontos);
- DAX-30 (Frankfurt): +0,41% (18.646,51 pontos);
- CAC-40 (Paris): +0,42% (8.040,12 pontos);
- FTSE MIB (Milão): +0,95% (34.834,3 pontos);
- IBEX-35 (Madri): +0,80% (11.444,00 pontos);
- SMI-20 (Zurique): +0,75% (12.241,25 pontos);
- PSI-20 (Lisboa): -0,24% (6.814,45 pontos).
O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,68%, fechando a 524,75 pontos.
Comunicado do BCE
Nesta manhã, o BCE anunciou um corte de 0,25 ponto percentual (pp) nas taxas básicas de juros. Com a redução, as taxas de juros para as operações principais de refinanciamento, facilidade marginal de crédito e facilidade de depósito serão ajustadas para 4,25%, 4,50% e 3,75%.
Durante a coletiva de imprensa após a divulgação do comunicado, a presidente do BCE, Christine Lagarde, evitou se comprometer com futuras reduções, mas se mostrou otimista em relação à trajetória da inflação na zona do euro.
O BCE não parece estar prestes a iniciar um ciclo tradicional de corte de juros, julgando que “o problema da inflação é improvável de ser resolvido por um bom tempo ainda”, de acordo com o economista do Commerzbank, Joerg Kraemer.
Enquanto Kraemer prevê que o BCE cortará as taxas em 0,25 pp em cada um dos próximos três trimestres, ele diz que isso parará por aí. “Então, não podemos falar de um verdadeiro ciclo de corte de juros”, afirma.
Projeções econômicas
A equipe técnica do BCE revisou as projeções para o índice de preços ao consumidor (CPI) na zona do euro. Para 2024, a expectativa é de uma alta de 2,5%, contra 2,3% previstos em março. Para 2025, a projeção subiu de 2% para 2,2%. A previsão para 2026 foi mantida em 1,9%.
Debates internos e futuras decisões
Segundo a Bloomberg, os dirigentes do BCE estão descartando um novo corte de juros em julho e questionam a possibilidade de redução em setembro. Robert Holzmann, único dissidente na decisão de hoje, baseou sua oposição em dados econômicos recentes, que indicaram queda nas vendas no varejo e nas encomendas à indústria na Alemanha em abril.
*Com informações da Agência CMA