O agronegócio no Brasil, conhecido como um dos pilares da economia do país, enfrentou desafios significativos no primeiro trimestre deste ano. Apesar de um crescimento impressionante de 11,3% no início de 2024 comparado ao último trimestre de 2023, o setor mostra um recuo de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Este desempenho é parte crucial para entender a dinâmica econômica atual. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu apenas 0,8%, indicando que o agro teve um papel fundamental, ainda que tenha enfrentado retração em sua comparação anual. Contrariando as expectativas mais pessimistas dos analistas, que previam uma queda ainda maior, de até 4,5%, o setor conseguiu manter-se relativamente estável.
Quais foram os fatores que influenciaram o agronegócio?
O principal desafio enfrentado pelo agronegócio no período foi o clima adverso. Incidentes climáticos não apenas afetaram as expectativas como também tiveram um impacto direto nas lavouras de soja e milho. Estas são duas das principais culturas do país e cruciais para o desempenho econômico do setor agropecuário.
Qual foi o impacto da pecuária e outras atividades no agro?
A pecuária, embora tenha se expandido, contribui apenas com 20% para o desempenho do agro, limitando sua capacidade de influenciar de maneira mais robusta o crescimento do setor. A maior parte do desempenho, cerca de 70%, ainda é predominantemente agrícola, com o restante dividido entre produção florestal e pesca. Estes números demonstram a dependência do Brasil nas suas capacidades agrícolas para impulsionar a economia.
Olhando para o futuro: efeitos do clima no Rio Grande do Sul
O maior revés climático ainda não foi totalmente refletido nas estatísticas do PIB. As chuvas persistentes no Rio Grande do Sul, que ocorreram de abril a maio deste ano, impactaram negativamente mais de 200 mil propriedades rurais. Embora a colheita de soja estivesse em sua fase final, o estado perdeu aproximadamente 2,7 milhões de toneladas dessa cultura crucial.
A Emater/RS-Ascar previu que a produção de soja no Brasil diminuirá 2,4% em 2024, enquanto a produção de milho deverá retrair substancialmente, cerca de 11,7%. Estes dados destacam a vulnerabilidade do agronegócio brasileiro às mudanças climáticas e outros fatores externos imprevisíveis, que podem severamente afetar o desempenho do setor.
Embora este quadro apresente desafios, também reforça a necessidade de investir em tecnologias e práticas agrícolas mais resilientes ao clima. O futuro do agronegócio no Brasil poderia depender significativamente da capacidade de adaptação a essas novas realidades climáticas e de mercado.