O índice de inflação da Argentina desacelerou pelo segundo mês consecutivo, registrando uma alta de 4,2% em maio. O nível é o mais baixo desde janeiro de 2022, quando os preços subiram 3,9%. Há cinco meses a inflação mensal vem mostrando uma queda no ritmo.
Apesar da menor taxa mensal em dois anos e meio, o índice de preços ao consumidor (IPC) divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) apresentou uma inflação acumulada de 276,4% nos 12 meses encerrados em maio.
O resultado divulgado nesta quinta-feira (13) trouxe a primeira queda nos números acumulados em 12 meses desde a passagem de junho para julho de 2023, quando a inflação anual caiu de 115,6% para 113,4%.
Destaques da inflação argentina em maio
Entre os 13 setores analisados pelo Indec para analisar a inflação argentina, todos eles sofreram variações positivas em maio. A maior alta no mês foi do grupo de Comunicação (8,2%), puxados pelos aumentos nos serviços de telefonia e internet. O setor de educação veio na sequência com alta de 7,6% e bebidas alcoólicas e tabaco (6,7%).
Por outro lado, as menores variações estiveram com os grupos de Saúde (0,7%) e Habitação, água, eletricidade e outros combustíveis, com alta de 2,5%.
Entre todas as regiões do país, o maior impacto veio do grupo de Alimentos e Bebidas. O grupo registrou alta de 4,8%, graças aos aumentos em verduras, legumes, leite e outros produtos derivados.
Consumidores não sentem diferença
A primeira redução em 10 meses ainda não tem significado uma mudança relevante para os argentinos. Antes mesmo da inflação do país flertar com a possibilidade de atingir os três dígitos – entre o final de 2022 e início de 2023 – os cidadãos já se preocupavam com os custos que teriam que arcar.
Nem mesmo as medidas rígidas tomadas pelo presidente argentino, Javier Milei, que tem feito a inflação cair por cinco meses seguidos, estão surtindo efeito nesse primeiro momento.
Com a inflação perto dos 300%, os argentinos sentem ainda não sentem diferença no bolso. “Os impostos são muito caros, os serviços são caros, a gasolina é cara, os seguros são muito caros, a assistência social [local que presta serviços de saúde a servidores públicos e privados] que ia cair é sempre mantida ou aumentada”, disse um argentino (sem se identificar) à Reuters.
Bolsa reage bem à desaceleração
Nesta quinta, o principal índice da bolsa de valores da Argentina, o S&P Merval, fechou em forte alta. Após a divulgação dos dados de inflação do país, o índice teve o segundo melhor desempenho da semana.
O índice encerrou o pregão com uma alta de 2,37%, aos 1.605.208,38 pontos.