Oito das 10 marcas mais valiosas do mundo são de tecnologia, mas o crescimento exponencial dessas companhias pode estar perto de encontrar um freio: a regulamentação sobre o uso da Inteligência Artificial.
No episódio do podcast Ligando os Pontos desta semana, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, levanta questionamentos sobre como a regulamentação pode impactar as empresas de tecnologia e estourar essa nova bolha do mercado.
Veja o novo episódio:
Mudança no ranking das marcas mais valiosas
Segundo pesquisa recente, 8 das 10 marcas mais valiosas do mundo são do setor de tecnologia. A Nvidia, conhecida por seus chips focados em IA, e o Facebook voltaram ao ranking, desbancando marcas tradicionais como Coca-Cola e Louis Vuitton.
A valorização no mercado foi impulsionado pela IA generativa, que inclui ferramentas como o ChatGPT, capazes de criar textos, imagens e postagens.
O Nasdaq, principal índice de tecnologia dos Estados Unidos, sentiu o movimento e vem batendo recordes consecutivos, mesmo com altas taxas de juros.
A própria Nvidia viu suas ações dispararem 178% recentemente. Google e outras grandes empresas estão investindo pesadamente para reduzir sua dependência de fornecedores externos de tecnologia.
Regulação da Inteligência Artificial
A ausência de regulamentação até então permitiu um crescimento descontrolado, mas a situação está mudando. Empresas de tecnologia aumentaram significativamente seus esforços de lobby (conversar para tentar convencer e/ou influenciar) sobre a decisão da regulação.
O Financial Times, jornal da Inglaterra, destacou o aumento do número de lobistas na OpenAI, criadora do ChatGPT, como um indicativo da preocupação — isso porque a regulamentação pode limitar os lucros destas empresas.
Nos Estados Unidos, a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) está atenta à formação de possíveis oligopólios (um pequeno grupo de empresas dominando o mercado) no setor de tecnologia. A regulamentação pode forçar empresas a abrirem suas tecnologias, diminuindo seu poder de mercado.
Caso da Adobe
O caso da Adobe ilustrou como a falta de regulamentação pode gerar controvérsias. Recentemente, a empresa atualizou seus termos de uso, permitindo o uso das criações dos usuários para treinar sua IA. Apesar das reclamações dos usuários, as ações da Adobe subiram, mostrando que os investidores veem a IA como uma oportunidade de lucro, mesmo que a prática seja controversa.
Regulação no Brasil
No Brasil, o PL 2338 de 2023 visa regulamentar o uso da IA. A proposta enfrenta resistência: mais de 27.500 pessoas opinaram contra sua aprovação — e 1.400 a favor — no site do Senado.