O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse na última segunda-feira de fevereiro (27) que a autarquia tem em seus planos lançar um projeto de moeda digital própria. O coordenador da iniciativa do Real Digital no Banco Central, Fabio Araujo, informou há pouco que o teste piloto do Real Digital será iniciado em março.
As experiências serão feitas por meio da tecnologia DLT (Distributed Ledger Tecnology) e com ativos financeiros. O primeiro ativo a ser usado como teste do Real Digital será um título público federal. Araújo explicou que serão simuladas transações de emissão, negociação, transferência e resgate durante esse período de experiência.
Segundo Campos Neto, estima-se que tenham “algo funcionando” até o final de 2024.
“No mês que vem a gente já vai ter um piloto da moeda digital, […] A gente vai avançando com o piloto à medida que a gente vai tendo segurança”, disse Neto no evento IDP Summit.
Caso o projeto saia do papel, o Brasil será um dos primeiros países a ter uma moeda virtual própria.
O economista ainda acrescentou que com o PIX os pagamentos passariam a ser feitos por meio de contratos digitais.
“O ente recebedor deixar de ser uma pessoa e ser um contrato digital”, afirmou o presidente do BC.
Uma moeda digital emitida pelo Banco Central de um país é chamada de CBDCs (Central Bank Digital Currency). A principal diferença entre essa moeda e uma criptomoeda convencional, por exemplo, o Bitcoin, é que as CBDCs são controladas pelo governo, da mesma maneira que o dinheiro físico.
Ou seja, algumas das principais características dos criptoativos, como a descentralização e a independência, seriam abdicadas.